Afinal, O que é aprendizagem?
Aprendizado

Afinal, O que é aprendizagem?


Na minha maneira de ver e olhar as coisas que acontecem na nossa sociedade e ao nosso redor; Observei, pesquisei, li, refleti e conclui que toda aprendizagem se inicia como um processo de mudança no potencial de comportamento do ser humano e termina como uma resposta ou resultado da ação sobre o mundo exterior. Quando não há estímulo, disposição ou motivação para o indivíduo, não há aprendizagem satisfatória e nem resposta aos acontecimentos políticos, sociais e culturais. Portanto, aprendizagem para mim é o tempo cronológico que o indivíduo leva para “APRENDER A APRENDER” algo de útil e significativo para a sua vida pessoal, educacional e profissional, aliada a experiência acumulada e vivida no seio da família e da sociedade, a personalidade e a maturidade necessária desenvolvida ao longo desse tempo a fim de proporcionar futuramente uma sociedade igualitária, com justiça social, solidariedade e humanidade para as gerações descendentes (filhos, netos, bisnetos, etc.) se, e somente se, houver uma tomada de decisão, uma reeducação familiar, uma reestruturação da família, uma conscientização da sociedade civil organizada e um planejamento político-pedagógico sério e eficiente em longo prazo que possa reverter e mudar o atual quadro sócio-político-econômico do nosso país. Se professores, educadores, pais, alunos, técnicos, especialistas, e outros profissionais do ensino não compartilharem seus desejos, anseios, vontades e decisões políticas, nunca terão a oportunidade de vivenciar experiências – tão importantes para a convivência social – trocar idéias (ideologias) que serão relevantes para o processo ensino-aprendizagem e conseqüentemente para o nosso público-alvo: Os adolescentes. Nesse contexto, a avaliação da aprendizagem não deve contemplar apenas provas escritas sobre o conteúdo ministrado pelo professor (Escola Tradicional). Deve conter, sobretudo, questões que apontem e desperte a curiosidade, o raciocínio lógico, a interpretação, a escrita, a lingüística, a motivação e a pesquisa de campo que de certa forma possa incentivar as crianças e os jovens a estudarem e assim voltar a “APRENDER A APRENDER”. Segundo McCONNELL, “Aprendizagem é a progressiva mudança do comportamento que está ligada, de um lado, a sucessivas apresentações de uma situação e, de outro, a repetidos esforços dos indivíduos para enfrentá-la de maneira eficiente”. Já para GAGNÉ, “A aprendizagem é uma modificação na disposição ou na capacidade do homem, modificação essa que pode ser anulada e que não pode ser simplesmente atribuída ao processo de crescimento”. “Normalmente, consideram-se como aprendidas as mudanças de comportamento relativamente permanentes, que não podem ser atribuídas à maturação, lesões ou alterações fisiológicas do organismo, mas que resultam da experiência.” Afirma SAWREY e TELFORD. Das definições de aprendizagem apresentadas podemos extrair duas conclusões principais: 1ª)APRENDIZAGEM É MUDANÇA NO POTENCIAL DE COMPORTAMENTO. Isto é: quando repetimos comportamentos já realizados anteriormente, não estamos aprendendo. Só há aprendizagem na medida em que houver uma mudança no comportamento. Vejamos alguns exemplos. O aluno não sabia somar, agora sabe: aprendeu. A criança não sabia dizer “papai”, agora sabe: aprendeu. 2ª) APRENDIZAGEM É MUDANÇA DE COMPORTAMENTO RESULTANTE DA EXPERIÊNCIA.Quase todos os nossos comportamentos são aprendidos, mas não todos. Há comportamentos que resultam da maturação ou do crescimento de nosso organismo e, portanto, não constituem aprendizagem: RESPIRAÇÃO, DIGESTÃO E SALIVAÇÃO. Na realização do processo de aprendizagem três elementos principais são indispensáveis: 1º- A situação estimuladora (fatores externos); 2º- A pessoa que aprende (indivíduo) e 3º-A resposta (Ação).Ter medo de cobra, dançar, decorar uma poesia, distinguir o português do inglês, saber o significado de autonomia, etc. Essas diferentes formas de aprendizagem exigem condições diferentes para ocorrer. De acordo com MOULY (op. cit., p.218-21), o processo de aprendizagem compreende sete etapas: 1)MOTIVAÇÃO. Sem motivação, não há aprendizagem. Não adianta insistir: por mais que o professor se esforce para ensinar matemática de mil maneiras diferentes e interessantes, se o aluno não estiver motivado, ele não vai aprender. Recompensas e punições também não resolvem, se o aluno não quiser aprender. 2)OBJETIVO. Qualquer pessoa motivada orienta seu comportamento para os objetivos que possam satisfazer suas necessidades. O comportamento é sempre intencional, isto é, orientado para um objetivo que satisfaça alguma necessidade do indivíduo. 3)PRONTIDÃO OU PREPARAÇÃO. De nada adianta o indivíduo estar motivado, ter um objetivo na vida, se não for capaz de atingir esse objetivo para satisfazer sua necessidade. Por exemplo, não adianta ensinar a criança a andar, antes que suas pernas estejam “prontas”, ou seja, desenvolvidas o suficiente para andar. 4)OBSTÁCULO. Se não houvesse obstáculos, barreiras, não haveria necessidade de aprendizagem, pois bastaria o indivíduo repetir comportamentos anteriores. Quando alguém tem sede, vai à torneira. 5)RESPOSTAS. O indivíduo vai agir de acordo com sua interpretação da situação, procurando a melhor maneira de vencer o obstáculo: a criança tentará dividir o tempo entre estudar e jogar bola, o aluno procurará uma maneira de conseguir o material, a imprensa aprenderá a burlar a censura, etc. 6) REFORÇO. Quando a pessoa tenta superar o obstáculo até conseguir, a resposta que leva à satisfação da necessidade é reforçada e, futuramente, em situações semelhantes, tende a ser repetida. Se deu certo, a criança poderá voltar a dividir o tempo entre estudar e jogar bola, etc. 7) GENERALIZAÇÃO. Consiste em integrar a resposta correta ao repertório de conhecimentos. A nova aprendizagem passa a fazer parte do indivíduo e vai ser utilizada sempre que for preciso. Robert Gagné, no Livro Como se realiza a aprendizagem? (Rio de Janeiro, livros Técnicos e Científicos, 1974), analisa oito tipos de aprendizagem. Mas agora, veremos apenas duas delas. A que se refere ao CONDICIONAMENTO CLÁSSICO (APRENDIZAGEM DE SINAIS): Ter simpatias, desejos, preferências, gostos, medo de altura e outros comportamentos involuntários (que não dependem de nossa vontade) podem ser resultados de aprendizagem de sinais produzidos por condicionamento respondente (refere-se à aprendizagem de comportamentos involuntários a estímulos externos) e a que se refere ao CONDICIONAMENTO OPERANTE (Cadeia estímulo-resposta-reforço): A aprendizagem consiste em associar uma resposta a um determinado estímulo; O aluno levanta quando o professor manda, sendo reforçada mais facilmente quando o aluno que obedece ao professor recebe uma nota mais alta, por exemplo. (PSICOLOGIA EDUCACIONAL. 9ª edição/editora ática, 1991. AUTOR: NÉLSON PILETTI). O cientista russo PAVLOV, que no início do século fez os primeiros experimentos sobre o CONDICIONAMENTO RESPONDENTE, percebeu que seu cão salivava não só diante do alimento, mas já quando ele abria a porta para levar-lhe a comida. A partir dessa observação, iniciou um experimento: sempre que dava comida ao cão, tocava uma campainha. Vale ressaltar, ainda que, a SOLUÇÃO DE PROBLEMAS é a forma superior de aprendizagem, pois permite à pessoa enfrentar suas dificuldades, solucionar seus problemas, mediante a aplicação de princípios conhecidos. Se alguém propõe o seguinte problema: “Calcule a área de um quadrado que tem 10 metros de base”, basta aplicar o princípio de cálculo de área dos quadrados, multiplicando 10 por 10, para se obter a resposta: 100m2. Para que o indivíduo possa solucionar os problemas, é necessário que conheça os princípios aplicáveis, seja capaz de lembrar-se deles e de aplicá-los conforme o caso. A solução de problemas é uma necessidade bastante freqüente entre pessoas adultas: que roupa vestir, o que preparar para o almoço, que itinerário seguir até o trabalho, como fugir de um congestionamento, como melhorar a nota de História, como resolver uma equação de 2º grau, etc. Atualmente, eu acredito que a teoria que mais se aplica aos anseios, desejos e situações adversas do mundo moderno e globalizado, seria a TEORIA FENOMENOLÓGICA que parte da experiência da própria criança, da liberdade de pensar e refletir, expressar opiniões, dar sugestões ou fazer críticas, participar das atividades grupais, desenvolver-se naturalmente até que sejam concretizadas suas próprias habilidades, criatividades e potencialidades; Não reprimindo, portanto, esses impulsos naturais do ser humano. Contudo, pais e professores devem estar atentos, perceptivos e vigilantes a essas mudanças comportamentais e psicológicas fazendo um acompanhamento rígido e sério a fim de avaliarem concretamente a aprendizagem significativa ou não de seu filho ou aluno, agora, adolescente e talvez preparado física e mentalmente para a vivência em sociedade e/ou habilitado para o mercado de trabalho exigente e competitivo. Da TEORIA COGNITIVA, algumas considerações importantes devem ser levadas em conta: Primeiro, as que se referem ao ensino próximo da REALIDADE do aluno e por último, as que dizem respeito a LINGUAGEM utilizada pelo professor na sala de aula. “Se a escola quer preparar seus alunos para a vida democrática, para a participação social, deve praticar a democracia dentro dela, dando preferência à APRENDIZAGEM POR DESCOBERTA, afirma John Dewey”. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ●PSICOLOGIA EDUCACIONAL- 9ª EDIÇÃO/ EDITORA ÁTICA, 1991. AUTOR: NELSON PILETTI. ●PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM NA ADOLESCÊNCIA-2009. MATERIAL IMPRESSO DO SOLAR/ AULA Nº 03- TÓPICO 01- O QUE É APRENDIZAGEM?



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