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Howard Gardner e a Teoria das Inteligências Múltiplas
Howard Gardner, nascido em 1943, foi o criador da teoria das Inteligências Múltiplas. O surgimento da teoria veio da “repulsa” de Gardner a aceitar que somente a inteligência apontada pelo teste de Qi (criado por Binet) era a válida.
Segundo ele, existe uma visão alternativa para se ver a inteligência das pessoas. Não como um método que avalie apenas o conhecimento matemático e linguístico do ser. É uma visão pluralista da mente, reconhecendo muitas facetas diferentes e separadas da cognição, reconhecendo que as pessoas têm forças cognitivas diferenciadas e estilos cognitivos contrastantes. Também queria introduzir o conceito de escola centrada no aluno, modelo que seria totalmente oposto ao de Binet.
Gardner define como inteligência a capacidade de resolver problemas ou de elaborar produtos que sejam valorizados em um ou mais ambientes culturais ou comunitários. A ciência neste empreendimento, na medida em que ela existe, envolve tentar descobrir a descrição certa das inteligências. O que é uma inteligência? Para tentar responder a esta pergunta, ele examinou, um amplo conjunto de fontes que jamais haviam sido consideradas juntas anteriormente. Uma das fontes é aquela que já conhecemos, referente ao desenvolvimento de diferentes tipos de capacidades nas crianças normais. Uma outra fonte, e muito importante, é a informação sobre o modo pelo qual estas capacidades falham sob condições de dano cerebral.
Deste pensamento, Gardner conseguiu criar uma lista de sete inteligências, que ele próprio descreveu ao longo do texto. A inteligência linguística é o tipo de capacidade exibida em sua forma mais completa, talvez, pelos poetas. A inteligência lógico-matemática, como o nome implica, é a capacidade lógica e matemática, assim como a capacidade científica. A inteligência espacial é a capacidade de formar um modelo mental de um mundo espacial e de ser capaz de manobrar é operar utilizando esse modelo.
A inteligência musical é a quarta categoria de capacidade identificada por ele: Leonard Bemstein a possuía em alto grau; Mozart, presumivelmente, ainda mais. A inteligência corporal-cinestésica é a capacidade de resolver problemas ou de elaborar produtos utilizando o corpo inteiro, ou partes do corpo. Ainda, sugeriu duas inteligências “pessoais”. A inteligência interpessoal, que é a capacidade de compreender outras pessoas: o que as motiva, como elas trabalham, como trabalhar cooperativamente com elas e a inteligência intrapessoal, um sétimo tipo de inteligência, que é uma capacidade correlativa, voltada para dentro,é a capacidade de formar um modelo acurado e verídico de si mesmo e de utilizar esse modelo para operar efetivamente na vida. Com isso, ele queira deixar clara a pluralidade do intelecto.
Gardner considerava a inteligência como potencial biológico. E com a teoria, propôs uma escola diferente, uma escola voltada para um entendimento e desenvolvimento ótimos do perfil cognitivo de cada aluno. Esta escola tem um planejamento diferente, já que para ele, nem todas as pessoas têm os mesmos interesses e habilidades. Uma escola centrada no indivíduo seria rica na avaliação das capacidades e tendências Individuais. Ela procuraria adequar os indivíduos não apenas a áreas curriculares, mas também a maneiras particulares de ensinar esses assuntos. E depois dos primeiros anos, a escola também procuraria adequar os indivíduos aos vários tipos de vida e de opções de trabalho existentes em sua cultura.
Ele ainda propôs um novo conjunto de papéis na escola. Lá haveriam de ter os “especialistas em avaliação”, que teriam que tentar compreender, ao sensível e completamente quanto possível, as capacidades e interesses do aluno na escola. E ainda, cada escola teria “agentes de currículo para o aluno” que ajudariam a combinar os perfis, objetivos e interesses dos alunos a determinados currículos e determinados estilos de aprendizagem. Também, seriam necessários, “agentes da escola-comunidade”, que seriam pessoas que deveriam encontrar situações na comunidade, determinadas opções não disponíveis na escola, para as crianças que apresentam perfis cognitivos incomuns.
Com esta visão, ele acredita que os professores seriam liberados para fazer aquilo que devem fazer, que é ensinar o assunto da sua matéria, em seu estilo de ensino preferido.
Criticando sempre o modelo de medição da aprendizagem chamado de Quociente de Inteligência (QI), Gardner introduziu seu ponto de vista alternativo, em que Uma inteligência implicaria na capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos que são importantes num determinado ambiente ou comunidade cultural. A capacidade de resolver problemas permitiria a pessoa abordar uma situação em que um objetivo deve ser atingido e localizar a rota adequada para esse objetivo. A criação de um produto cultural seria crucial nessa função, na medida em que captura e transmite o conhecimento ou expressa as opiniões ou os sentimentos da pessoa. Os problemas a serem resolvidos variam desde teorias científicas até composições musicais para campanhas políticas de sucesso.
Logo após, Gardner descreve as sete inteligências iniciais. Abaixo, um resumo com as principais características das pessoas que possuem cada uma das inteligências mais afloradas:
Inteligência Musical
Alta percepção em entender, perceber e criar ritmos e timbres.
Inteligência Corporal-Cinestésica
Alto controle dos movimentos do corpo e boa coordenação motora.
Inteligência Lógico-Matemática
Alta capacidade de dedução e bom senso de lógica
Inteligência Linguística
Grande desenvolvimento da escrita, capacidade de aprender novas línguas e palavras.
Inteligência Espacial
Capacidade de perceber relações e padrões visuais, e ainda, formas espaciais.
Inteligência Interpessoal
Capacidade de perceber os sentimentos de outras pessoas, e compreendê-las.
Inteligência Intrapessoal
Tem grande autoconhecimento e uso preciso deste.
Em seguida, Gardner traz as implicações de sua teoria para a educação. Uma vez que todas as inteligências são parte da herança humana genética, em algum nível básico cada inteligência se manifesta universalmente independentemente da educação ou do apoio cultural. Deixando de lado no momento, as populações excepcionais, todos os seres humanos possuem certas capacidades essenciais em cada uma das inteligências.
Mas, embora todos os seres humanos possuam todas as inteligências em algum grau, certos indivíduos são considerados "promissores". Eles são extremamente bem-dotados com as capacidades e habilidades essenciais daquela inteligência. Este fato se torna importante para a cultura como um todo, uma vez que, em geral, esses indivíduos excepcionalmente talentosos realizarão notáveis avanços nas manifestações culturais daquela inteligência.
Outro ponto bastante ressaltado na teoria é a importância da avaliação.
Os meios de avaliação que Gardner sugeriu deveriam buscar fundamentalmente as capacidades de resolver problemas ou elaborar produtos nos indivíduos, através de uma variedade de materiais. Ainda, a avaliação de uma determinada inteligência (ou de um conjunto de inteligências) deveria salientar problemas que podem ser resolvidos nos materiais daquela inteligência.
Por fim, o autor ressalta a capacidade que o professor deve ter em lidar com a pluralidade das inteligências, a fim de obter melhores resultados.
Nota: Atualmente, as inteligências já são 8, pois Gardner reconheceu a Inteligência Naturalista, que é a capacidade de interagir com a natureza.
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