Espiritualismo é a doutrina ou sistema que admite a presença, no homem e no mundo em geral, do elemento espiritual. Desse modo, a maior parte das religiões são espiritualistas, uma vez que creem na existência da dualidade corpo e alma.
O Espiritualismo é o oposto do materialismo, que afirma não existir nada além da matéria. Não confundir com o Espiritismo, que significa Doutrina dos Espíritos. Ou seja, há um parentesco significativo entre ambas, mas não são a mesma coisa. Aliás, elas apresentam práticas bastante diferentes.
A Expressão Espiritualismo é uma corrente filosófica que crê em Deus e na alma, na imortalidade do ser, nos princípios morais e espirituais. É a crença que somos todos parte de um todo, que estamos conectados a tudo que existe.
O espiritualismo vai além da crença de que há um mundo fora da matéria. É a convicção de que há uma "fonte criadora", e de que somos todos frutos dessa divindade.
Todas as religiões que admitem a existência de Deus e da alma podem ser chamadas de espiritualistas, assim tanto católicos, quanto protestantes, umbandistas, adeptos do candomblé, judeus, muçulmanos, budistas, hinduísta, entre outros, são incluídos nesta categoria. Aliás, mesmo pessoas que não têm uma religião definida, se acreditam nestes mesmos preceitos básicos, também são consideradas espiritualistas.
Mas nem todos os seguidores do Espiritualismo acreditam em espíritos, ou na comunicação entre estes e os homens encarnados, crença que define os espíritas, que adotam o Espiritismo.
Allan Kardec, criador da Doutrina Espírita, intuiu esta confusão lingüística, pois evitou o termo ‘espiritualismo’ para conceituar a nascente corrente filosófica que ele contribuiu para divulgar em nosso planeta.
Assim, ele preferiu as expressões ‘espírita’ e ‘Espiritismo’ para diferenciar esta nova religião, expressando desde o próprio nome a essência de sua crença nos espíritos.
Embora outras correntes filosóficas também professem estes mesmos princípios, elas os mesclam com concepções culturais provindas do Oriente, da África e da cultura indígena.
Enquanto o Materialismo explica fenômenos como a memória, a capacidade de raciocinar, as emoções e os sentimentos como impulsos apenas físico-químicos do sistema nervoso, do sangue, enfim, do complexo orgânico do Homem, e o Universo como uma obra do acaso, perfeitamente explicável pelas leis das Ciências Exatas, os adeptos do Espiritualismo creem na Criação Divina e na alma como fonte dos sentimentos, das sensações, das paixões e dos pensamentos humanos.
O Espiritualismo, além da rica tradição oriental, tem como pilares também o legado ocidental, sob inspirações que remontam à Filosofia Grega – os Daimons socráticos, seres divinos que eram como vozes interiores guiando o homem em sua jornada, e a Metafísica Platônica -, à mensagem do Evangelho de Jesus, ao desenvolvimento do Cristianismo, ao Neoplatonismo, à herança dos celtas, que acreditavam na imortalidade da alma, à influência da Mitologia, às correntes heréticas, principalmente os Cátaros e os Templários, ao Luteranismo, às descobertas de Giordano Bruno, a filósofos como Descartes, Espinosa, Kierkegaard, ao Romantismo Alemão, ao Existencialismo, ao nascimento do Espiritismo e da Física Moderna, à Psicologia Analítica de Jung, à Parapsicologia e aos modernos paradigmas que orientam a Humanidade.
Há algumas semelhanças entre as religiões cristãs que integram o Espiritualismo, pois alguns pesquisadores revelam que no início do desenvolvimento da cultura judaico-cristã era comum acreditar na reencarnação, pilar das doutrinas que envolvem a mediunidade, sendo eliminada da crença católica no ano de 553 d.C., durante o Concílio de Constantinopla, atual Turquia.
O Hinduísmo e o Budismo, também membros do Espiritualismo, também têm como princípio a Reencarnação, embora a percebam de maneira diferenciada.
O Espiritualismo acredita na condição de que nada, nem o universo ou a natureza, por mais simples que sejam são separados ou distantes; ao contrário, o todo está unido, conectado.
O espiritualista é uma estudante da verdade, que se dedica à descoberta do que é útil e que faz o bem "ao outro", em oposição a simples aparência ou modismo.
A própria Ciência vem, ultimamente, comprovando fatos relacionados à existência da alma, a sua influência no cotidiano, principalmente no que diz respeito à saúde, campo no qual têm ocorrido maiores progressos, por meio da comprovação de curas realizadas através de tratamentos com terapias consideradas alternativas e por meio de cirurgias espirituais.
A Física também tem avançado muito na explicação de fatos que antes eram apenas do domínio religioso, principalmente a Física Quântica.
Ser espiritualista é ser um “cientista”, um pesquisador e autopesquisador da holossomática e da consciência, sem perder o sentimento e a afetividade.
É não se perder na intelectualidade vazia, teórica, arrogante e vaidosa. É trocar a fé cega pela serena convicção íntima. É ser cobaia consciencial de si mesmo, é ser pesquisador (sujeito), pesquisado (objeto) e pesquisa (ação, observação e inteligência).
É viver no Paradigma Consciencial, considerando as muitas vidas (multiexistencialidade), muitos corpos (multicorporeidade – holossomática), as bioenergias (bioenergética), e a evolução consciencial ao infinito.
É estar acima de livros, autores, gurus, médiuns, projetores, casas, templos, instituições, paranormais, avatares, epicentros conscienciais, questionando tudo. É melhor aprender errando no próprio rumo (autopesquisa independente, avançada e despojada), do que acertar, trilhando o rumo dos outros.
É buscar ser assistencial as seus semelhantes da forma que melhor puder no momento, procurando-se priorizar o caminho das tarefas de esclarecimento, sem desprezar cegamente as tarefas de consolação, conjugando-se o melhor custo-benefício evolutivo, na ponderação contextual entre as duas.
É procurar arriscar a crescer e tocar sua empreitada consciencial sozinho, do que pegar o vácuo confortável de outros, que são mais maduros e experientes que você, ou que se auto intitulam "mestres".
É galgar a evolução com vontade vulcânica, confiando em si e nos amparadores, acreditando na qualidade de seu próprio trabalho (autoconfiança evolutiva), a despeito das críticas.
É ter coragem de bancar o próprio custo-benefício evolutivo (autoconfiança consciencial) sem desmerecer ninguém.
Ser espiritualista é não possuir qualquer preconceito, conseguindo falar qualquer linguagem, sem se deter em apenas uma delas. É não possuir apenas uma linha de pensamento como fonte de pesquisa e reflexão, estudando todas elas, não vivenciando apenas uma ciência, mas auto-experimentando todas elas, sendo receptivo às conclusões e vivências dos outros, mas priorizando a sua própria, com coragem para discordar.
É seguir seu próprio caminho com o corpo mental projetado no cosmos e os pés fincados na rocha, sem necessidade da fuga do místico ou do ego “importante” do pesquisador consciencial.
Ser espiritualista é jamais se sentir superior, mais importante, especial, seja para seu próprio umbigo, seja para seu grupo, seja para os amparadores, seja para a sociedade e a humanidade em geral. O espiritualista tem que ser uma minipeça de um macromecanismo.
É não seguir nada e nem ninguém, pois bebe da fonte extrafísica de onde veio, sem se viciar nas muletas conscienciais.
Ser espiritualista é ser anímico, mediúnico, inspirado e intuitivo, exercer a projeção (de preferência a consciente) e a espiritualidade, procurando ser multifacetado.
Ser espiritualista é ser transdisciplinar, sobrepairando todas as linhas e ciências, com uma visão de conjunto holística e integral de todas elas, enxergando as contradições e observando os paradoxos, se mantendo ao largo das disputas evolutivas infundadas, das fugas da realidade em escala individual e coletiva e das paixões ignorantes e exacerbadas.