Presidente afastado da Câmara declarou anteriormente que retornaria ao seu gabinete a partir de segunda-feira (23)
Um dia após anunciar que voltaria a ocupar seu gabinete na Câmara na próxima segunda-feira (23) o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) recuou da declaração e disse que antes vai consultar os advogados e avaliar a conveniência de voltar a frequentar a Casa.
O peemedebista alegou que a declaração, feita logo após o depoimento de quase sete horas no Conselho de Ética, foi uma resposta a quem dizia que ele estava proibido de por os pés na Câmara por estar suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "Foi forma de expressão. E não irei antes dos advogados me posicionarem claramente sobre o que posso ou não fazer. Se houver dúvidas, vou pedir que peticionem ao STF", afirmou.
Apesar de afastado, o peemedebista mantém o gabinete parlamentar funcionando, assim como algumas prerrogativas, como carro reservado para a presidência, salário integral, segurança da Polícia Legislativa e uso da residência oficial da Câmara.
Cunha disse que não está proibido de voltar à Casa e que, ao voltar ao seu gabinete na próxima semana, não seria para trabalhar porque isso poderia ser interpretado como uma afronta à decisão do STF. Ele ressaltou que só voltará a frequentar a Câmara "dentro do estrito respeito à decisão" da Corte. "Pode até não ser semana que vem", completou.
Aliados de Cunha revelaram que o peemedebista, mesmo articulando e negociando cargos no governo da residência oficial, estava começando a se sentir isolado e longe da movimentação do Congresso. Nesta sexta-feira (20), líderes partidários concluíram que Cunha desafiaria a Justiça ao voltar a Casa. "Não tenho dúvida de que é provocação, desobediência total à ordem judicial", avaliou o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).
De pedra a vidraça: A saga de Eduardo Cunha
Cunha pareceu respirar aliviado depois da leitura do pedido de impeachment protocolado na Casa contra a presidente Dilma . Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil - 3.12.15
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