CAPÍTULO II A importância da psicanálise para a formação do psicopedagogo
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CAPÍTULO II A importância da psicanálise para a formação do psicopedagogo


CAPÍTULO II A importância da psicanálise para a formação do psicopedagogo


II.1 - HISTÓRICO DA PSICOPEDAGOGIA

(...) o objeto central de estudo da psicopedagogia está se estruturando em torno do processo de aprendizagem humana: seus padrões evolutivos normais e patológicos- bem como a influência do meio (família, escola,sociedade) no seu desenvolvimento. ( Kiguel apud Bossa, 2000, p.19)

Pode-se afirmar que a psicopedagogia é uma ciência complexa que tem por objetivo adotar procedimentos preventivos pertinentes as dificuldades de aprendizagem e as questões comportamentais incluidas neste contexto. As principais disciplinas que mais norteiam o lastro cultural do psicopedagogo são a pedagogia, psicologia , psicanálise, filosofia, sociologia e neurobiologia.

Do seu parentesco com a pedagogia, a psicopedagogia traz as indefinições e contradições de uma ciência cujos limites são os da própria vida humana. Envolve simultaneamente, a meu juízo, o social, o individual em processos tanto transformadores quanto reprodutores. Da Psicologia, a Psicopedagogia herda o velho problema do paralelismo psicofísico, um dualismo que ora privilegia o físico (observável) ora o psíquico ( a consciência).
(Bossa,2000,p.23)

A psicopedagogia tem ação ( preventiva) nas problemáticas e disfunções da aprendizagem. Sua intervenção torna-se necessária quando é observado na educação suas limitações em resolver problemas que escapam do cotidiano escolar e das teorias de ensino-aprendizagem. Que o sistema educacional precisa olhar as dificuldades de aprendizagem de forma mais holística , avaliando não só quem aprende mas também quem transmite conhecimentos. Não se pode avaliar o aprendente apenas pelo seu potencial meritório mas por suas dificuldades em apreender determinado assunto , observando sempre suas limitações que podem ser temporárias ou definitivas. Podemos apontar como uma dificuldade temporária conflitos familiares e um exemplo de dificuldade definitiva o indivíduo com perda total da audição. Para cada caso, o profissional psicopedagogo procederá com a competência que julgar necessária, lembrando que esse profissional não poderá prescrever remédios , pois não é médico, mas poderá orientar os responsáveis pelo aprendente a procurar o profissional mais indicado a cada caso.

O termo psicopedagogia distingui-se em três conotações: como uma prática, como um campo de investigação do ato de aprender e como um saber científico. (Bossa,2000,p.14)

O psicopedagogo tem um conjunto de saberes que lhe aguça a percepção dos problemas do cotidiano escolar de modo crítico e seletivo, principalmente os relacionados com os aprendentes com dificuldades de aprendizagem e seus comportamentos, capacitando-o a atuar nas relações familiares, nas reuniões dos diversos grupos envolvidos com o aprendente inclusive nas interações sociais em que estão envolvidos.
É preciso entender que a atuação do ensinante em sala de aula como fora dela podem levar um aprendente a uma desorganização mental séria ou pelo contrário , sedimentar um comportamento ético e moral coerente fazendo assim que esse aprendente se torne um sujeito interessado em descobrir novas fontes de informações, investigar conhecimentos que poderão ser usados em sua vida prática e reinvestidos na sociedade sob a forma de educação, virtudes morais ,sendo um cidadão pleno de direitos e deveres.

(...) o objeto central de estudo da psicopedagogia está se estruturando em torno do processo de aprendizagem humana: seus padrões evolutivos normais e patológicos-bem como a influência do meio (família, escola, sociedade) no seu desenvolvimento.
(Kiguel apud Bossa,2000,p.19)

Atualmente é observado um número elevado de instituições que divulgam ter cursos de psicopedagogia. Há dissertações, palestras, textos e teses que corroboram a necessidade de se ter um profissional que cuide especificamente dos problemas relacionados com as dificuldades de aprendizagem que a pedagogia não consegue resolver. E isto não é necessariamente relativo aos diversos tipos de patologias que podem envolver os alunos mas sim explicar o por que de alunos que aparentemente não possuem dificuldades orgânica , mental, física e econômicas engrossam as estatísticas da repetência escolar . Será que é só o método? Será a falta de capacitação docente? Será o contexto onde vive o aprendente? Ou pode ser fatores conjugados dois a dois, três a três, ..., diversos? Quem cabe investigar isto?
Cabe ao psicopedagogo atuar investigativamente os diversos fatores que podem levar os aprendentes a terem dificuldades no processo de ensino-aprendizagem.

Na obra de Pichon-Rivière propõe uma metodologia da aprendizagem desenvolvida a partir da compreensão psicológica e social do progresso de conhecimento. Ele tem uma proposta de intervenção (na prática) que é a de se trabalhar com grupos (operativas) a fim de ajudar os membros do grupo a enfrentar os conflitos e as resistências às mudanças.

A técnica permite que os integrantes de um grupo assumam o papel de protagonista na aprendizagem da realidade recuperando sua própria história, sua cultura, suas potencialidades e identidades numa inter-relação dialética homem-sociedade.

Para ele,toda psicologia é social na medida em que o homem, mesmo antes do nascimento, já esta inserido em um contexto social. Ele resgata para a aprendizagem o caráter de produção social que cabe ao conhecimento.

Bem semelhante à concepção de Piaget, para Pichon, a aprendizagem é um processo de apropriação da realidade no qual a conduta do sujeito se modifica a partir de suas próprias experiências. O homem interioriza a sociedade enquanto age sobre ela. E o psicopedagogo trasmuta as teorias em ações.

O psicopedagogo é um profissional multifacetado, que possui sólidos conhecimentos da aprendizagem humana e desenvolve funções preventivas nos diversos campos institucionais que pode atuar. Onde houver intervenção dos ensinantes envolvendo o psicomaturacional dos aprendentes deve haver a orientação do psicopedagogo que agirá como mediador e orientador das pessoas envolvidas no processo.












II.2- ABORDAGEM DE ALGUMAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM PSICOPEDAGÓGICAS.

Dificuldades de aprendizagem é um termo geral que se refere a um grupo heterogêneo de desordens manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e utilização da compreensão auditiva, da fala , da leitura, da escrita e do raciocínio matemático. Tais desordens, consideradas intrínsecas ao indivíduo, presumindo-se que sejam devidas a uma disfunção do sistema nervoso central, podem ocorrer durante toda a vida. Problemas na autoregulação do comportamento, na percepção social e na interação social podem existir com as dificuldades de aprendizagem. Apesar das dificuldades de aprendizagem ocorrerem com outras deficiências ( por exemplo, deficiência sensorial, deficiência mental, distúrbios sócioemocionais) ou com influências extrínsecas (por exemplo, diferenças culturais, insuficiente ou inapropiada instrução etc.), elas não são o resultado dessas condições
( Fonseca, 1995, p.71)

Apesar de poder apresentar uma pedagogia de qualidade e possuir profissionais preparados, as dificuldades de aprendizagem não desaparecem pois a dificuldade está, muitas vezes, no indivíduo e não na técnica aplicada ou na capacitação dos profissionais que lidam com os problemas. É importante observar que quanto mais bem preparada a equipe, melhor será sua intervenção nos problemas de aprendizagem dos seus aprendentes, buscando alternativas viáveis relativas a cada tipo de problema apresentado. Não se pode ter a pretensão de sanar todas as dificuldades que serão encontradas mas com certeza um encaminhamento adequado para ao menos suavizar o problema deve ser proporcionado, melhorando a qualidade de vida dos seus aprendentes e consequentemente de suas famílias.

Nos nossos dias , não existe nenhum modelo ou método de avaliação válido conhecido que verdadeiramente identifique um estudante com dificuldades de aprendizagem, ou que detecte uma ineficiente leitura ou escrita, disfunções cognitivas na resolução de problemas de cálculo, ou mesmo problemas na fala .
(Fonseca, 1995, p.73)

A avaliação psicoeducacional é uma das áreas fracas do campo das dificuldades de aprendizagem. Inúmeros estudantes identificados com insucesso escolar não atingem as definições mas correntes da literatura internacional, o que pressupõe que a noção de dificuldade de aprendizagem nem sempre abrange a noção de insucesso escolar, exatamente porque não são noções mutuamente exclusivas.
( Fonseca,1987,p.46)


-Retardo Mental
É um estado neurobiológico no qual o indivíduo apresenta um déficit de aprendizagem. É muito importante saber o grau de comprometimento do aprendente e não pré-julgá-lo.

1. Estimulação Mental: O aprendente sempre é capaz de surpreender o ensinante.
2. Estimulação pela arte:. Pintura, dobrar, fazer objetos com massa ( sempre observando suas limitações)
3. Trabalho Ocupacional : Significa ensinar o aprendente, observado suas limitações, a ser independente . Ex: Tomar banho, escovar os dentes etc.
4. Trabalhar a Inserção Social . Atuar nos aprendentes com dificuldades de relacionamento sociabilizando-os.
Ex; Agressivos, muito tímidos etc.

Definição de transtorno:

-O termo transtorno é usado para indicar "a existência de um conjunto de sintomas ou comportamentos clinicamente reconhecível associado, na maioria dos casos, a sofrimento e interferência com funções pessoais".(CID-10,p.5)

O CID-10 situa os Transtornos do Desenvolvimento das Habilidades Escolares (TEDHE) dentro da categoria dos Transtornos do desenvolvimento psicológico e especifica que "compreendem grupos de transtornos manifestados por comprometimentos específicos e significativos no aprendizado de habilidades escolares.

Estes comprometimentos no aprendizado não são resultado direto de outros transtornos ( tais como retardo mental, déficits neurológicos grosseiros, problemas visuais ou auditivos não corrigidos ou pertubações emocionais),embora eles possam ocorrer simultaneamente em tais condições.

"Os TEDHE frequentemente ocorrem junto com outras síndromes clínicas ( tais como Transtorno de Déficit de Atenção ou Transtornos de Conduta ) ou outros transtornos do desenvolvimento ( tais como Transtorno específico da Função Motora ou Transtornos Específicos do Desenvolvimento da Fala e Linguagem)"
(CID-10,p.237).


TRANSTORNOS DIAGNOSTICADOS PELA PRIMEIRA VEZ NA INFÂNCIA.

1. TRANSTORNO DA APRENDIZAGEM
1.1-TRANSTORNO DA MATEMÁTICA (Discalculia)
1.2-TRANSTORNO DA LEITURA (Dislexia)
1.3-TRANSTORNO DA EXPRESSÃO ESCRITA (Disgrafia)

2. TRANSTORNOS DA COMUNICAÇÃO
-DIFICULDADES NA FALA OU LINGUAGEM
2.1- TRANSTORNO DA LINGUAGEM EXPRESSIVA
2.2- TRANSTORNO MISTO DA LINGUAGEM RECEPTIVO-EXPRESSIVA
2.3- TRANSTORNO FONOLÓGICO
2.4- TRANSTORNO TARTAMUDEZ (Gagueira)

3. TRANSTORNOS INVASIVOS DO DESENVOLVIMENTO

3.1- TRANSTORNO AUTISTA
3.2- TRANSTORNO DE RETT
3.3- TRANSTORNO DESINTEGRATIVO DA INFÂNCIA
3.4- TRANSTORNO DE ASPERGER
3.5- TID SEM OUTRA ESPECIFICAÇÃO (AUTISMO ATÍPICO) (ANTIGA PSICOSE INFANTIL)

4. TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E DIRUPTIVOS

4.1- TRANSTORNO DE DÉFICIT ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
4.2- TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO
4.3- TRANSTORNO DE CONDUTA

5. TRANSTORNOS DE TIQUE

- O tique é um movimento motor ou vocalização súbita, rápida, recorrente, sem ritmo e estereotipada. Pode ser suprimida por períodos variáveis de tempo.

- Síndrome de Tourette apresenta múltiplos tiques motores, e um ou mais tiques vocais. Ocorrem muitas vezes ao dia, ao longo de mais de um ano, sem fase livre superior a três meses consecutivos.

- Transtorno de tique motor ou vocal crônico é observado a presença de um ou de outro, mas não de ambos.

- Transtorno de tique transitório apresenta tique motores vocais, isolados ou múltiplos muitas vezes ao dia, por 4 semanas e não mais de um ano.

6. TRANSTORNOS ANSIOSOS

-Fobia específica
-Fobia social
-Ansiedade generalizada
-Agressividade
-Depressão
-Mutismo seletivo
-Ansiedade de separação
-Transtorno de pânico
-Transtorno de apego teativo na infância
-Transtorno obsessivo

TRANSTORNOS DA APREDIZAGEM

=> Em presença de déficit sensorial, as dificuldades devem exceder àquelas geralmente a este associado.

=> Há possibilidades de indivíduos com TC; TDO; TDAH; Transtorno depressivo de poderem apresentar também transtornos de aprendizagem.

=> São diagnosticados quando os resultados em testes padronizados e individualmente administrados de leitura, escrita e matemática estão significativamente abaixo da média, interferindo no rendimento do aprendente na instituição escolar.

TRANSTORNO DA LEITURA (DISLEXIA)

Entendemos por dislexia específica ou dislexia de evolução um conjunto de sintomas reveladores de uma disfunção pariental (o lobo do cérebro onde fica o centro nervoso da escrita), geralmente hereditária, ou as vezes adquirida, que afeta a aprendizagem da leitura num contínuo que se estende do leve sintoma ao sintoma grave. A dislexia é frequentamente acompanhada de transtornos na aprendizagem da escrita, ortografia, gramática e redação. A dislexia afeta os meninos em uma proporção maior que as meninas.
(Condemarin e Blomquist Apud Drouet,2003,p.137)

-Dificuldade na decodificação da leitura

=>Rendimento da leitura (correção, velocidade, compreensão) sensivelmente inferior ao esperado para idade cronológica, inteligência e escolaridade.

=>A leitura oral caracteriza-se por distorções, substituições ou omissões.

=> Lentidão e erros na compreensão.

=>Raramente diagnosticado antes do final da pré-escola ou início da primeira série.

=>É comum comportamento diruptivos associados.

=>Podem vir associados aos transtornos da escrita e da matemática.

TRANSTORNO DA EXPRESSÃO ESCRITA (DISGRAFIA)

Disgrafia é a dificuldade na utilização dos símbolos gráficos para exprimir ideias. Caracteriza-se pelo traçado irregular das letras e pela má distribuição das palavras no papel. A criança consegue copiar um texto, porém quando esse texto é uma dissertação, surgem sérios problemas de escrita. (Cool, 1996)
=>Habilidade de escrita acentuadamente abaixo do nível esperado, considerando idade cronológica, inteligência e escolaridade.

=>Medição por meio de testes padronizados.

=>Diagnóstico não é dado apenas por erros ortográficos ou escrita ruim.

TRANSTORNO DA FALA (DISLALIA)

-É a omissão, substituição, distorção ou acréscimo de sons na palavra falada.

=>Trata-se de falhas de articulação cuja origem pode ser orgânica (defeitos na arcada dentária, lábio leporino, freio da língua curto, língua do tamanho acima do normal) ou funcional ( a criança não sabe mudar a posição da língua e dos lábios).

TRANSTORNO DA MATEMÁTICA (DISCALCULIA)

É o termo usado para indicar dificuldade em matemática. O aluno pode automatizar os aspectos operatórios ( tabuada ,contas etc) , mas encontra dificuldades em aplicá-los aos problemas. Às vezes não consegue entender o enunciado do problema, porque tem dificuldades na leitura do mesmo.

=>Capacidade p/ realização de operações aritméticas sensivelmente abaixo da esperada para idade, inteligência e escolaridade. Mais observável nas séries iniciais.


TRANSTORNOS ANSIOSOS.

TRANSTORNO DE PÂNICO

=>apresenta componente somático e cognitivo com o indivíduo relacionando os sintomas corporais aos eventos externos ou objetais.

=>Os adolescentes relacionam os sintomas a sentimentos e relações. Podem apresentar sudorese, taquicardia, tremores, dores no peito , etc.

=>Importante diferenciar de quadros orgânicos que podem ser similares com depressão e pânico.

TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO (TOC).

- Obsessões são ideias, imagens ou impulsos que se intrometem no curso do pensamento, a revelia da vontade do indivíduo, escapam ao seu controle e levam à ansiedade e desconforto, conteúdo sem sentido, o indivíduo tenta resistir.

-Compulsão é o comportamento ou atividade mental.

O TOC tem as seguintes características.

=>Causa um grande comprometimento do desempenho escolar, nas rotinas do trabalho, casa e nas diversas atividades sociais.

=>Leva ao isolamento, angústia e à ansiedade.

=>Características clínicas iguais nas diferentes faixas etárias.

TRANSTORNO DE DEFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
As crianças hiperativas têm descontrole motor acentuado, o que faz com que elas tenham movimentos bruscos e inadequados, expressão facial descontrolada, fala e respiração entrecortadas, mudanças frequentes de humor e instabilidade afetiva. Elas passam, por exemplo, de uma crise de raiva para demonstração de carinho, do choro ao riso, e vice-versa.
( Martins,2001,p.125)

=>O TDAH é condição crônica de saúde de maior prevalência em criança de idade escolar.

=>É o distúrbio neurocomportamental mais comum na infância.

=>Estima-se que quatro a seis por cento da população em idade escolar pode ter TDAH.

=>Aproximadamente dois por cento dos adultos podem sofrer de TDAH.

=>Não viola normas sociais.

=>O diagnóstico aplica-se apenas quando o comportamento é sintomático de uma disfunção básica interior ao sujeito, portanto não é considerada um transtorno da personalidade antisocial.

-PRINCIPAIS SINTOMAS:

-Desatenção; dificuldade em prestar atenção a detalhes ou errar por descuido em atividades escolares e profissionais; dificuldades em manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas; parece não escutar quando lhe dirigem a palavra; não consegue seguir instruções e terminar tarefas escolares, domésticas ou deveres profissionais; dificuldades em organizar tarefas e atividades; procura evitar ou reluta, em envolver-se em tarefas que exijam esforços mentais constantes; perder detalhes necessários para tarefas ou atividades; ser facilmente distraído por estímulos alheios às tarefas; apresentar esquecimentos em atividades diárias; agitar as mãos, os pés ou se mexer na cadeira em demasia; falar desproporcionalmente.

-PRINCIPAIS CONSEQÜÊNCIAS DO TDAH.

A característica principal do Transtorno de Déficit de Atenção em Hiperativos (TDAH) é um padrão persistente de desatenção, impulsividade e/ou hiperatividade-impulsividade que é mais frequente e severa que o tipicamente observado em indivíduos em nível comparável de desenvolvimento.
(José e Coelho, 1999, p.43)

=>Baixo desempenho escolar.

=>Dificuldades de relacionamento.

=>Baixo autoestima.

=>Interferência no desenvolvimento educacional e social.

=>Predisposição a ter distúrbios psiquiátricos.

DIAGNÓSTICO DO TDAH.

=>Pelo menos seis dos sintomas devem estar presentes.

=>É importante considerar a duração dos sintomas e a frequência dos mesmos.

=>Deve-se associar medicação, psicoterapia, orientação familiar e acompanhamento psicopedagógico.

As terapias entram em cena para ajudar crianças a se autovalorizar e encontrar alternativas para se adaptarem socialmente. A ludoterapia, a psicopedagogia, o psicodrama são técnicas utilizadas no tratamento de crianças hiperativas. Mudar de escola parece ser quase uma rotina para crianças hiperativas. E, assim como as estatísticas internacionais, as pesquisas regionais mostram que uma parcela importante desse mal. Uma pesquisa em 180 colégios da Paraíba, entre 1994 e 1995, confirmou que 3,3% das crianças entre 6 e 12 anos sofrem de TDAH.
( Drouet,1995)

QUADRO DE DEPRESSÃO

=>Caracteriza-se pela alteração brusca de humor, de psicomotricidade bem como por uma gama de distúrbios somáticos.

=> Agir junto com a família, entender as frustrações do indivíduo e da família solidariamente.

=>Verificar o comportamento do indivíduo e estabelecer o atendimento conforme suas necessidades.

=>Terapia ocupacional.

TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO

-Padrão recorrente de comportamento negativista desafiador, desobediente e hostil para com as figuras de autoridade. Manifesta-se antes dos oito anos. Grande dificuldade em aceitar regras, em respeitar autoridades. Conflitos com pais e professores.

=>Não inclui padrão persistente das formas mais sérias de comportamento, nas quais são violados os direitos básicos e normas.

=> Possível modo de orientar para enfrentar o problema: A prática de esportes tende a direcionar um maior coleguismo, a respeitar regras para ser competitivo, e ter alguém (o professor, o orientador, o facilitador) em que confia e o conduza a ser uma pessoa mais sociável , unida ao grupo e ao menos tolerante à disciplina necessária ao bom rendimento no esporte e daí levar esse bom exemplo para o cotidiano.

TRANSTORNO DE CONDUTA.

A criança tem um distúrbio de comportamento quando ela apresenta desvios da expectativa de comportamento do grupo etário a que pertence. Ou seja, quando ela não está ajustada aos padrões da maioria desse grupo e, portanto, seu comportamento é pertubado, diferente dos demais. Nesse caso a criança pode até sofrer punições por parte de seus companheiros ou de seus superiores. E muitas vezes seu comportamento pode se manifestar como um problema para sua aprendizagem.
(Drouet, 2003, p.77)

-Padrão repetitivo e persistente de comportamento do qual são violados os direitos básicos dos outros ou as normas sociais importantes e relevantes apropriadas para idade.

=> Iniciam com comportamentos agressivos com as outras pessoas do seu contexto social.

TRANSTORNOS INVASIVOS DO DESENVOLVIMENTO.

-Estes transtornos se manifestam nos primeiros anos de vida e frequentemente estão associados a algum grau de retardo mental (aproximadamente setenta e cinco por cento).

=>São caracterizados por prejuízos severos e invasivos em diversas áreas do desenvolvimento: habilidades de interação social, nas habilidades de comunicação e /ou presença de interesses, comportamento e atividades estereotipadas. Os prejuízos são qualitativos e representam um desvio acentuado em relação ao nível de desenvolvimento ou idade mental do indivíduo.

=> Disfunções sensoriais: Tato, audição, paladar etc.

=>Estilo cognitivo diferente e que situa-se por trás dos sintomas.

=>Relação com o mundo objetivo e subjetivo são bastantes diferenciadas.

=> Encontram dificuldades em : saber sua vez; mudar a atenção; incapacidade de interpretar expressões faciais e linguagem corporal; compreensão de símbolos; direção do olhar (resulta na compreensão literal das coisas)

TRANSTORNO AUTISTA

-Prejuízo qualitativo na interação social

=>Comportamentos não-verbais

=>Posturas corporais

=>Fracasso em desenvolver relacionamentos.

=>Desviam a atenção.

=>Têm o foco de sua atenção em apenas um aspecto

=>Fuga do olhar (Não são todos)

=>Imaturos (inclusive os maiores)

=>dificuldades em compartilhar

=>Prejuízos qualitativos na comunicação.

-Acentuado prejuízo em iniciar ou manter conversação.

=>Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades.

-Adesão visivelmente inflexível a rotinas ou rituais específicos e não funcionais, preocupação insistente com partes de determinado objeto.

=> Os prejuízos devem ocorrer antes dos três anos de idade.

TRANSTORNO DE ASPERGER

-Caracteriza-se pelos mesmos quadros encontrados no autismo.

=>Diferenciado apenas no que se refere à linguagem, pois no Transtorno de Asperger não encontramos um atraso clinicamente significativo da linguagem, como também no desenvolvimento cognitivo.

=>Prognóstico favorável em virtude de seu bom desempenho cognitivo.

O psicopedagogo com o CID-10 em mãos e mais sua vivência na prática cotidiana dentro das instituições estará apto a indicar o profissional que atuará mais especificadamente na área dos problemas que vão surgindo no processo ensino-aprendizagem. O CID-10 é um manual que classifica os transtornos mentais e de comportamento, também poderá usar o DSM-IV que é o manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Fará um atendimento preventivo, que possa melhorar as condições de ensino para o aprendente que encontra dificuldades na sua aprendizagem e no seu relacionamento social ( convívência com os colegas de turma , com a sua família).

No próximo capítulo a psicanálise e a psicopedagogia atuarão numa forma simbiótica, ou seja, uma complementando a outra de forma a dar qualidade a formação do psicopedagogo e com isso desenvolver um maior potencial de qualidade e discernimento quanto a ação do profissional psicopedagogo.

Escrito pelo professor José Luiz Teixeira da Silva, Especialista em Direito Público.



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