História – era Meiji
O Japão começou a se ocidentalizar na Era Meiji (1868-1912). Antes disso as escolas eram na maioria para os ricos e não eram regulamentadas pelo governo. O governo Meiji imediatamente instituiu um novo sistema educacional baseado em moldes franceses, alemães e americanos. Escolas de níveis primário e médio e universidades foram estabelecidas em 1872. No mesmo ano, as autoridades tornaram obrigatório 4 anos de estudo de nível elementar para todos os meninos e meninas no país, entretanto as matrículas não ultrapassaram 25% a 50% na primeira década do novo sistema. Em 1905, 98% dos meninos e 93% das meninas em idade escolar encontravam-se matriculados, e 10% da população já formada no primário continuava os estudos no nível ginasial. Só uma pequena minoria chegava ao colegial. Apesar disso, em 1899, o governo pediu para que todas as províncias tivessem pelo menos uma escola de nível médio para meninas.
O sistema educacional Meiji tornou-se rapidamente centralizado pelo estado. O currículo tinha um caráter moralista e promovia ideais confucionistas de fidelidade ao estado, piedade filial, obediência e amizade. Em 1890 o Édito Imperial em Educação formalizou estes valores conservadores. Um retrato do imperador também devia ser colocado em altares xintoístas em cada escola no Japão.
Em 1907 o Ministério da Educação estendeu o período de ensino básico obrigatório para 6 anos e adaptou o currículo para enfatizar a importância do imperador e o nacionalismo.
Após a II Guerra Mundial
As forças de ocupação americanas fizeram as autoridades japonesas alterar os livros que promoviam o nacionalismo, a lealdade ao imperador e a propaganda de guerra para promover ensinamentos de paz e democracia.
Em 1947, mais 3 anos foram adicionados ao ensino básico obrigatório. Os japoneses agora tinham que ir à escola até a idade de 15 anos (fim do ginasial), o que permanece inalterado até hoje. Mais universidades foram criadas , e o nome “imperial” foi retirado das já existentes, como as elitistas universidades de Tóquio e de Kyoto. As mulheres passaram a ter acesso a universidades públicas e privadas.
Atualmente
O atual sistema educacional japonês foi estabelecido pelos americanos, baseado em seu próprio sistema, após a 2ª Guerra mundial. Ele consiste em 6 anos de escola elementar (shōgakkou), 3 anos de ginásio (chūgakkou), 3 anos de colégio (koukou), e mais 2 anos de ensino técnico superior (tankidaigaku ou kareji – do inglês “college“), ou 4 anos de universidade (daigaku).
O ensino é obrigatório até a idade de 15 anos, mas 90% das pessoas completam o ensino médio – o colégio – e 40% se formam no técnico superior ou na universidade. A proporção de alunos do sexo masculino é maior nas universidades, enquanto no técnico superior a proporção maior é de alunas.
O Japão tem tanto escolas públicas como privadas, em todos os níveis. Nenhuma delas é totalmente gratuita, mas as escolas públicas são consideravelmente mais baratas que as particulares. Muitas escolas elementares, primárias e de nível médio (colegial) são públicas, enquanto a maior parte dos jardins-de-infância (maternal e pré-escola), escolas técnicas e universidades são particulares. Em 2002 a freqüência nas escolas particulares foi de: 79% nos jardins-de-infância; 0,9% nas escolas primárias; 4% nas escolas ginasiais; 29% nas escolas de nível médio; 91% nas escolas técnicas e de 76% nas universidades.
O Japão também tem uma “educação paralela”, que consiste em professores particulares, escolas preparatórias, cursos por correspondência, cursinhos, etc. Os mais famosos são os juku (literalmente “escola abarrotada”), que nós conhecemos como “cursinhos”. Eles são divididos em “juku de enriquecimento intelectual”, cursados por mais de 75% dos alunos do ginasial e 25% dos estudantes colegiais, e “juku acadêmico”, que ensinam o mesmo currículo das escolas comuns. Os “jukus acadêmicos” são subdivididos em hoshuu juku (cursinho de revisão) e shingaku juku (cursinho de avanço), este último preparatório para exames de entrada em escolas disputadas e universidades.
Sistema escolar
Nos dias de semana, as aulas normalmente começam às 8:30 da manhã e terminam às 3:50 da tarde. No primário, as aulas duram 45 minutos, com uma pausa de 10 minutos entre uma aula e outra. A partir do ginásio, as aulas duram 50 minutos. Os alunos vão à escola aos sábados duas vezes por mês, das 8:30 da manhã ao meio dia e meio. Oficialmente há 35 semanas de aula por ano.
Há 9 matérias regulares no ensino básico japonês: língua japonesa, estudos sociais, matemática, ciência, estudos ambientais, música, arte e artesanato, conhecimentos domésticos e educação física.
Sistema de exames
Ao mudar de instituição escolar, os alunos precisam prestar exames para entrar em escolas ginasiais, colégios e universidades. No caso de escolas públicas e de universidades, os alunos sempre têm de fazer exames de admissão.
Os juken, os exames de admissão das universidades ou vestibulares, são particularmente difíceis e são popularmente chamados de shiken jigoku (inferno de exames). Estudantes que são reprovados nos jukentornam-se rōnin, um termo antigamente usado para designar um samurai sem mestre ou patrão. Escolas preparatórias chamadas youbikou (cursinho universitário) tem como único propósito preparar esses alunos para os exames de admissão.
Algumas escolas particulares oferecem ensino do jardim-de-infância à universidade. Nestes casos, os alunos terão somente que fazer um exame de admissão ou entrevista quando entrarem na escola. Isso é chamado de “sistema elevador”, o que quer dizer que uma vez que a pessoa entre na instituição ela vai automaticamente para o próximo patamar, até graduar-se na universidade.
Fatos rápidos
- Idade mínima obrigatória de estudo: 15 anos
- Começo do ano letivo: início de abril
- Fim do ano letivo: final de fevereiro ou início de março
- Férias: de primavera (março), de verão (meio de julho ao final de agosto) e de Ano Novo (final de dezembro ao início de janeiro)
- Universidades famosas: Universidade de Tóquio (Todai), Universidade de Kyoto (Kyodai), Universidade de Keio, Universidade de Waseda.
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