Metodologia da Pesquisa Científica
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Metodologia da Pesquisa Científica



Metodologia da Pesquisa Científica 



Hipóteses e variáveis

1. Leis e teorias

A partir de certo estágio no desenvolvimento de uma ciência, as leis passam a fazer parte de teorias, que permitem estruturar as uniformidades explicadas pelas leis.
De uma maneira simplificada, pode-se dizer que as leis são hipóteses gerais que foram testadas, receberam apoio experimental e pretendem descrever relaçõesou regularidades encontradas em certos grupos de fenômenos.
As leis surgem da necessidade de se encontrar explicações para fenômenos ou fatos da realidade. Os fatos ou fenômenos são apreendidos por meio de suas manifestações, e o seu estudo visa conduzir à descoberta de aspectos invariáveis, comuns aos diferentes fenômenos, por meio da classificação e da generalização.
As leis têm duas funções específicas:
  • Resumir grande quantidade de fatos.
  • Permitir e prever novos fatos, pois, se fenômeno ou fato se enquadrar em uma lei, ele se comportará conforme o estabelecido por ela.
Uma lei científica que descreve uma regularidade de coexistência, isto é, um padrão de coisas, geralmente é formulada da seguinte forma: sempre que tiver a propriedade x, então terá a propriedade y.
Uma lei que descreve uma regularidade de sucessão, ou seja, um padrão nos eventos, afirma que sempre que uma coisa, tendo x, se encontra em determinada relação com outra coisa de certa espécie, esta última tem y.
A partir de certo estágio no desenvolvimento de uma ciência, as leis deixam de estar isoladas e passam a fazer parte de teorias. Uma teoria é formada por uma reunião de leis, hipóteses, conceitos e definições interligadas e coerentes. As teorias têm um caráter explicativo ainda mais geral que as leis.
Portanto, uma teoria é um meio para interpretar, criticar e unificar leis estabelecidas, modificando-as para se adequarem a dados não previstos quando de sua formulação e para orientar a tarefa de descobrir generalizações novas e mais amplas.
As teorias caracterizam-se pela possibilidade de estruturar as uniformidades e regularidades, explicadas e confirmadas pelas leis, em um sistema cada vez mais amplo e coerente, relacionando-as, concentrando-as e sistematizando-as, com a vantagem de corrigi-las e de aperfeiçoá-las.
Por outro lado, à medida que as teorias se ampliam, passam a explicar, no universo dos fenômenos, cada vez mais uniformidades e regularidades, mostrando a interdependência existente entre elas.
Uma teoria nos fornece dois aspectos relacionados com os fenômenos: de um lado, um sistema de descrição e, de outro, um sistema de explicações gerais. Portanto, a teoria não é mera descrição da realidade, mas uma abstração que fornece significado aos fatos, dando direção à sua busca.
Tanto as leis como as teorias devem cumprir os seguintes requisitos:
  • Ser gerais, ou seja, não devem explicar apenas casos particulares de um fenômeno.
  • Ser comprovadas, isto é, estar avalizadas (corroboradas ou assentadas) pela experimentação.
  • Quando possível, estar “matematizadas”, ou seja, poder expressar-se mediante funções matemáticas.
As teorias científicas têm validade até que sejam incapazes de explicar determinados fatos ou fenômenos, ou até que alguma nova descoberta comprovada se oponha a elas. A partir daí, os cientistas começam a elaborar outra teoria que possa explicar essas novas descobertas.
A Ciência é conhecimento evolutivo e não estacionário.


Hipóteses e variáveis

2. Hipóteses

Uma hipótese é uma questão proposta de tal maneira que uma resposta de algum tipo pode estar próxima a aparecer.
Uma hipótese expõe o que procuramos em uma pesquisa. Os vários fatos em uma teoria podem ser logicamente analisados, e outras relações podem ser deduzidas, além daquelas estabelecidas na teoria. Neste ponto, não se sabe se essas deduções são corretas; a formulação da dedução, contudo, constitui uma hipótese, que, se verificada, torna-se parte de uma construção teórica futura.
Assim, uma teoria expõe uma relação entre fatos; se essa relação existe, outras proposições que deveriam ser verdadeiras podem ser deduzidas da teoria. Tais proposições deduzidas são as hipóteses.
A hipótese é uma proposição que pode ser colocada à prova para determinar sua validade; pode parecer contrária, ou de acordo com o senso comum, pode ainda ser correta ou errada. Em qualquer caso, uma hipótese conduz a uma verificação empírica, independendo do resultado; ela é uma questão proposta de tal maneira que uma resposta de algum tipo pode estar próxima a aparecer.
Portanto, obedecendo a um raciocínio lógico, a hipótese consiste na passagem dos fatos particulares para um esquema geral, ou seja, são supostas respostas para o problema em questão.
Como outras formas de conhecimento, a hipótese é o reflexo do mundo material na consciência do homem, isto é, uma imagem subjetiva do mundo objetivo.
Na pesquisa, a hipótese passa por dois processos importantes: a sua correta formulação e o seu teste.
Com o intuito de encontrar soluções para o estudo em questão, as hipóteses poderão ser comprovadas ou refutadas. Contudo, mesmo refutada é uma fonte de conhecimentos sobre o problema estudado (veja texto complementar,A Falseabilidade das Hipóteses, no Saiba Mais).
UMA HIPÓTESE DEVE SER
ClaraClareza refere-se a como a hipótese foi enunciada, isto é, constituída por termos que ajudam realmente a entender o que se pretende afirmar e indiquem de modo compreensível os fenômenos a que se referem.
Verificável pelos processos científicosNão deve conter julgamentos morais, embora possa estudar julgamentos de valor.
EspecíficaO enunciado deve ser especificado, dando as características para identificar o que deve ser observado e incluindo uma referência aos indícios que serão usados.
PlausívelDeve indicar uma situação possível de ser admitida, de ser aceita.
ConsistenteO enunciado não deve estar em contradição nem com a teoria, nem com o conhecimento científico mais amplo; também não deve existir contradição dentro do próprio enunciado.
Uma hipótese não é enunciada em forma interrogativa nem em forma condicional, mas é uma afirmação, provisória, que se faz, em forma de sentença declarativa.
A formulação da hipótese está relacionada com o problema da pesquisa e correlacionada com as variáveis, estabelecendo uma união entre teoria e realidade, com o sistema referencial e a investigação. Tal condição exige que seja elaborada com evidências e sem ambigüidades.



Hipóteses e variáveis

3. Variáveis

Na pesquisa científica, as variáveis correlacionam-se em dois níveis: o conceitual e o empírico. Elas são os fatores observáveis ou mensuráveis de um fenômeno.
As variáveis são aspectos, propriedades, características individuais ou fatores observáveis ou mensuráveis de um fenômeno.
Podemos encontrar exemplos de variáveis em todas as áreas do conhecimento:
• na física: massa, peso, velocidade, energia, força, impulso, atrito, etc.

• nas ciências sociais: inteligência, classe social, sexo, salário, idade, ansiedade, preconceito, motivação, agressão, frustração e muitas outras.

• na economia: custo, tempo, qualidade, produtividade, eficiência, desempenho, etc.
As variáveis podem ser classificadas de diversas maneiras. Uma dessas classificações é feita segundo a relação que expressam, como mostra o quadro a seguir.
CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A RELAÇÃO EXPRESSA
VARIÁVEL INDEPENDENTEÉ aquela que é fator determinante para que ocorra um determinado resultado; é a condição ou causa para um determinado efeito ou conseqüência; é o estímulo que condiciona uma resposta.
VARIÁVEL DEPENDENTEÉ aquele fator ou propriedade que é efeito, resultado, conseqüência ou resposta de algo que foi estimulado; não é manipulada, mas é o efeito observado como resultado da manipulação da variável independente.
VARIÁVEL DE CONTROLEÉ aquele fator ou propriedade que poderia afetar a variável dependente, mas que é neutralizado ou anulado, através de sua manipulação deliberada, para não interferir na relação entre a variável independente e a dependente.
VARIÁVEL INTERVENIENTEÉ aquele fator ou propriedade que teoricamente afeta o fenômeno observado. Esse fator, no entanto, ao contrário das outras variáveis, não pode ser manipulado ou medido.
Clique aqui para ver um exemplo de relação entre variáveis.
Como as variáveis se referem a aspectos observáveis ou mensuráveis, podem ser classificadas também segundo seu tipo, como mostra o quadro abaixo.
CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO O TIPO
VARIÁVEIS
QUALITATIVAS
São caracterizadas pelos seus atributos ou aspectos qualitativos e relacionam aspectos não somente mensuráveis, mas também definidos descritivamente. Os elementos do conjunto original são agrupados em classes ou categorias (classificação) distintas, obedecendo a determinado critério classificatório. Nas variáveis qualitativas não existem ordem, hierarquia ou proporção.
Exemplos: sexo, estado civil, raça, nacionalidade, histeria, psicose, etc.
VARIÁVEIS
QUANTITATIVAS
São determinadas em relação aos dados ou proporção numérica; são os atributos ou aspectos que podem ser quantificados. As variáveis quantitativas são sempre resultado de um processo de contagem ou mensuração.
Exemplos: peso, altura, idade, temperatura, volume, massa, renda familiar, etc.
As variáveis são propriedades que podem variar entre indivíduos, objetos ou coisas e outros.
Clique aqui para ver um exemplo de identificação de variáveis.
Na pesquisa científica, a variável correlaciona-se em dois níveis: o conceitual e o empírico. No primeiro caso, enumeram-se as propriedades de interesse imediato para o estudo e estabelecem-se as relações entre elas. No segundo, a análise estabelece as associações existentes entre as variáveis, tal como ocorreu nos dados ou fatos observados, e deve-se verificar se essas relações se ajustam ao modelo conceitual.

http://www2.anhembi.br/html/ead01/metodologia_pesq_cientifica_80/lu06/lo1/index.htm



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