Mais de 11 mil funcionários optam por deixar a Petrobras, em vias de ser privatizada
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Mais de 11 mil funcionários optam por deixar a Petrobras, em vias de ser privatizada


Mais de 11 mil funcionários optam por deixar a Petrobras, em vias de ser privatizada

Em nota, distribuída nesta sexta-feira, a Petrobras esclareceu, porém, que embora as inscrições tenham sido encerradas no último dia 31 de agosto, ainda serão aceitas e contabilizadas inscrições realizadas em papel

Por Redação – do Rio de Janeiro
Em um claro sinal que não confiam mais nos rumos da maior petroleira da América Latina, 11.704 funcionários preferiram deixar a Petrobras, no programa de demissões voluntárias que segue em curso desde o início do período de adesões, em 11 de abril último. O Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário da Petrobras – PIDV 2016 avança à medida que as dificuldades da empresa se multiplicam e aumentam os rumores de que a petroleira será, em breve, fatiada e vendida ao capital internacional.
Funcionários que outrora lutaram pela Petrobras, hoje deixam a empresa, em vias de ser privatizada
Funcionários que outrora lutaram pela Petrobras, hoje deixam a empresa, em vias de ser privatizada
Em nota, distribuída nesta sexta-feira, a empresa esclareceu, porém, que embora as inscrições tenham sido encerradas no último dia 31 de agosto, ainda serão aceitas e contabilizadas inscrições realizadas em papel e postadas até a data limite para a adesão.
“O número ainda pode ser alterado em função de inscrições realizadas em papel e postadas até 31 de agosto”, disse a empresa, em nota, acrescentando que “até a data de homologação da rescisão, os empregados podem desistir da adesão”. A companhia informou, por outro lado, que o cronograma de desligamentos teve inicio em 16 de junho e que, até o momento, 2.450 empregados tiveram seus contratos de trabalho efetivamente encerrados.
A Petrobras, ao iniciar o PIDV, tinha como meta em sua referência no planejamento de implementação do programa, que cerca de 12 mil empregados aderisse ao programa, com um custo para a empresa previsto de R$ 4,4 bilhões e uma economia esperada de R$ 33 bilhões até 2020.
Considerando a adesão dos 11.704 empregados que já formalizarão a decisão, a estimativa da companhia, no momento, para o custo total do programa é de aproximadamente R$ 4 bilhões – R$ 400 milhões a menos do que o inicialmente previsto.
A empresa ressaltou, porém, que o valor final será consolidado apenas após o término do prazo para os desligamentos. “A companhia provisionou R$ 1,2 bilhão até 30 de junho de 2016, relativo aos gastos previstos com os 4.087 funcionários que já haviam aderido ao programa, conforme informado na nota explicativa anterior relativa as Demonstrações Financeiras do 2º trimestre de 2016”, diz na nota a Petrobras.

Petrobras sem credibilidade

Não é somente na Petrobras que os efeitos da falta de credibilidade na gestão do país, empossada após o golpe de Estado, em curso no Brasil, segue adiante com o plano de privatizar a maior parte das empresas públicas. O efeito adverso da recessão econômica no recolhimento de impostos também põe em xeque o esforço do governo do presidente de facto, Michel Temer, para equilibrar o Orçamento.
Como o IBGE informou na quarta-feira, a economia continuou em recessão entre abril e junho, após uma sequência inédita de seis trimestres seguidos no chão. De janeiro a junho, o PIB encolheu 4,6% em relação ao nível observado no mesmo período de 2015.
A demanda doméstica, composta pelo consumo das famílias, gastos do governo e investimentos, caiu ainda mais, 6,4% nas contas do economista Fernando Montero, da corretora Tullett Prebon. Cerca de 60% da arrecadação tributária do país é recolhida aí, porque depende das vendas e da produção.
— Isso é muito bom quando o país cresce muito, porque a receita cresce ainda mais do que o PIB. Mas é péssimo quando o país retrocede, porque ocorre o inverso — disse a jornalistas o especialista em contas públicas José Roberto Afonso, da FGV.
Na proposta de Orçamento para 2017, o governo promete reduzir seu deficit dos R$ 170,5 bilhões deste ano para R$ 139 bilhões, contando com uma recuperação mais forte da economia e das suas receitas para atingir a meta. O IBGE apontou sinais de melhoria na indústria e nos investimentos, mas o consumo, motor da arrecadação de impostos, seguiu em queda. Para Montero, a situação atual é “ingrata para o fiscal”.
Mais impostos
Ou seja, ela não ajuda a recuperar rapidamente as receitas, que encolhem num ritmo mais severo do que a economia. No primeiro semestre, o recolhimento de tributos pela União caiu 7,3% em relação ao mesmo período de 2015.
O economista Maurício Oreng, do banco Rabobank, observa que o recolhimento de impostos cresceu uma vez e meia mais do que o PIB entre 2003 e 2013, embalado pelo aumento da renda, do emprego formal e do crédito. Ele acha que esse desempenho não vai se repetir tão cedo.
— O crescimento será diferente, mais centrado nas exportações, que pagam menos impostos, e o crédito passa por um momento de desalavancagem. O emprego vai demorar a se recuperar, o que não favorece a arrecadação — afirmou.
Ele prevê que a arrecadação vai parar de cair quando a recuperação do PIB começar, talvez no fim do ano, mas diz que ela não crescerá no ritmo acelerado visto até 2013. Para Orteng, esse cenário tornará inevitável um aumento de impostos em 2018.
— Parte do esforço fiscal nos próximos cinco anos será feito com o teto dos gastos e a recuperação da economia. Mas um aumento de impostos terá que ser feito para completar o impulso necessário para estabilizar a dívida pública — conclui.

http://www.correiodobrasil.com.br/funcionarios-optam-deixar-petrobras-privatizada/?ref=yfp



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