BRASÍLIA (Reuters) - O deputado suspenso e presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a negar possuir contas não declaradas no exterior e afirmou, em depoimento nesta quinta-feira no Conselho de Ética da Casa, que irá questionar nulidades do processo, apesar de garantir que busca “celeridade” na condução do caso.
Cunha avisou que pretende questionar a escolha do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) para relatar o pedido de cassação de seu mandato no colegiado, argumentando que o parlamentar não poderia pertencer ao bloco partidário do DEM. A medida poderia prolongar um processo que já se arrasta há vários meses.
O processo contra Cunha tem como base denúncia de que o parlamentar teria mentido à CPI da Petrobras, no ano passado, sobre a existência de contas no exterior. Na ocasião, Cunha respondeu que tinha apenas as contas declaradas em seu Imposto de Renda.
Posteriormente, documentos dos Ministérios Públicos do Brasil e da Suíça apontaram a existência de contas bancárias em nome de Cunha e de familiares no país europeu. O parlamentar nega as irregularidades.
Cunha compareceu ao Conselho de Ética nesta quinta na condição de deputado afastado, depois que teve seu mandado suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no início do mês, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Além do processo no Conselho de Ética, Cunha é alvo de inquéritos da PGR autorizados pelo Supremo para investigar as contas no exterior e por suspeita de ter recebido 5 milhões de dólares em propina do esquema de corrupção na Petrobras investigado pela operação Lava Jato.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)
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