Balanço de pagamentos - Fevereiro de 2015
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Balanço de pagamentos - Fevereiro de 2015


Setor Externo

NOTA PARA A IMPRENSA - 24.3.2015
Setor Externo




I - Balanço de pagamentos - Fevereiro de 2015
O balanço de pagamentos registrou superavit de US$1 bilhão em fevereiro. As transações correntes foram deficitárias em US$6,9 bilhões, acumulando, nos últimos doze meses, saldo negativo de US$89,9 bilhões, equivalente a 4,22% do PIB. A conta financeira apresentou ingressos líquidos de US$7,6 bilhões, destacando-se os investimentos estrangeiros diretos, US$2,8 bilhões, e os investimentos estrangeiros em carteira, US$2,2 bilhões.

A conta de serviços apresentou deficit de US$2,8 bilhões em fevereiro, 18,5% inferiores ao registrado no mesmo mês de 2014. As despesas líquidas com transportes somaram US$607 milhões, redução de 11,8% na mesma base de comparação. O item viagens internacionais registrou despesas líquidas de US$970 milhões, retração de 26,7%, comparativamente ao ocorrido em fevereiro do ano anterior. O resultado foi influenciado pelo queda de 22,9% nos gastos de turistas brasileiros em viagens ao exterior, e recuo de 14,4% nos gastos de viajantes estrangeiros ao Brasil. As despesas líquidas com aluguel de equipamentos cresceram 7%, atingindo US$1,6 bilhão. Destacaram-se as reduções nas despesas líquidas com royalties e licenças, 38,9% e computação e informações, 26%.

As remessas líquidas de renda para o exterior somaram US$1,4 bilhão no mês, 29% inferiores ao resultado de fevereiro de 2014. As despesas líquidas totais de lucros e dividendos recuaram para US$727 milhões, ante US$1,3 bilhão no mesmo mês do ano anterior, enquanto as despesas líquidas de juros somaram US$690 milhões, redução de 2,4% no período comparativo. As saídas líquidas de renda de investimento direto totalizaram US$639 milhões, 47% inferiores ao observado em fevereiro de 2014. As remessas líquidas de renda de investimentos em carteira somaram US$377 milhões, resultantes de despesas líquidas de lucros e dividendos, US$298 milhões, e de juros de títulos de renda fixa, US$79 milhões. A despesa líquida de renda de outros investimentos somou US$401 milhões, crescimento de 12,2% comparado ao mês equivalente do ano anterior.

As transferências unilaterais registram ingressos líquidos de US$158 milhões, superiores em 11,2% ao resultado de fevereiro de 2014. O ingresso bruto de manutenção de residentes somou US$133 milhões, recuo de 9,8% no mesmo período comparativo.

Os investimentos brasileiros diretos no exterior registraram aplicações líquidas de US$264 milhões, compreendendo aplicações líquidas de US$561 milhões em aquisição de participação no capital de empresas no exterior, e ingressos líquidos de US$297 milhões provenientes de empréstimos intercompanhias de filiais no exterior às matrizes brasileiras.

Os investimentos estrangeiros diretos somaram ingressos líquidos de US$2,8 bilhões. Os ingressos líquidos em participação no capital de empresas no País atingiram US$1,3 bilhão, enquanto os desembolsos líquidos de empréstimos intercompanhias totalizaram US$1,5 bilhão. Em doze meses, os ingressos líquidos de IED somaram US$60,1 bilhões, equivalentes a 2,82% do PIB.

Os investimentos estrangeiros em carteira apresentaram ingressos líquidos de US$2,2 bilhões em fevereiro, compostos por entradas líquidas de US$1,2 bilhão em ações de companhias brasileiras e ingressos líquidos de US$998 milhões em títulos de renda fixa. Os investimentos em títulos de renda fixa negociados no País somaram ingressos líquidos de US$2,4 bilhões. As amortizações líquidas de bônus públicos negociados no exterior, incluindo recompras em mercado secundário, somaram US$579 milhões. As amortizações líquidas de notes e commercial papers atingiram US$800 milhões no mês. As operações em títulos de renda fixa de curto prazo negociados no exterior registraram amortizações líquidas de US$37 milhões.

Os outros investimentos brasileiros no exterior apresentaram retornos líquidos de US$100 milhões, compreendendo, dentre outros, redução de US$429 milhões no saldo de depósitos mantidos por bancos brasileiros no exterior, e expansão de US$1,1 bilhão em depósitos de empresas não financeiras. Os ingressos líquidos referentes aos empréstimos e créditos comerciais de curto prazo concedidos ao exterior somaram US$871 milhões no mês.

Os outros investimentos estrangeiros no País registraram ingressos líquidos de US$4 bilhões. O crédito comercial de fornecedores somou desembolsos líquidos de US$2 bilhões, concentrados em operações de curto prazo. Os empréstimos de médio e longo prazos somaram ingressos líquidos de US$903 milhões, com destaque para os desembolsos líquidos de empréstimos diretos, US$649 milhões; e de compradores, US$176 milhões. As operações de curto prazo geraram desembolsos líquidos de US$1 bilhão.


II - Reservas internacionais
As reservas internacionais no conceito liquidez totalizaram US$372,1 bilhões em fevereiro de 2015, redução de US$20 milhões em relação ao mês anterior. Em fevereiro, o estoque de linhas com recompra atingiu US$9,6 bilhões, recuo de US$800 milhões em relação à posição de janeiro. A receita de remuneração das reservas somou US$197 milhões. As variações por preços reduziram o estoque em US$708 milhões, enquanto as variações por paridades o elevaram em US$482 milhões. No conceito caixa, o estoque de reservas atingiu US$362,5 bilhões em fevereiro, elevação de US$780 milhões em relação ao mês anterior.


III - Dívida externa
A posição da dívida externa bruta estimada para fevereiro totalizou US$348 bilhões, diminuição de US$484 milhões em relação ao estoque de dezembro de 2014. A dívida externa estimada de longo prazo atingiu US$289 bilhões, redução de US$1,8 bilhão, enquanto o endividamento de curto prazo somou US$59 bilhões, elevação de US$1,3 bilhão, no mesmo período.

Dentre os determinantes da variação da dívida externa de longo prazo no período, destacam-se os empréstimos tomados pelo setor não financeiro, US$1,1 bilhão; as amortizações de títulos de dívida do setor financeiro, US$1 bilhão, e a redução provocada pela variação por paridades, US$2 bilhões. A variação da dívida externa de curto prazo no período decorreu, principalmente, de empréstimos de curto prazo tomados pelos setores financeiro e não financeiro, US$483 milhões e US$876 milhões, respectivamente.


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