Rio decreta calamidade pública
Aprendizado

Rio decreta calamidade pública


Rio decreta calamidade pública

O governador em exercício, Francisco Dornelles (PP), aponta estado crítico “em razão da grave crise financeira no Estado do Rio de Janeiro, que impede o cumprimento das obrigações assumidas em decorrência da realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016”
Victor Rezende, especial para o 'Estado', Fábio Grellet, Luciana Nunes Leal e Mariana Sallowicz, do Rio
17 Junho 2016 | 17h05
Estúdio de Transmissão da Olimpíada. Foto: Fábio Motta/Estadão
Estúdio de Transmissão da
Olimpíada. Foto: Fábio Motta/Estadão
Atualizada às 17h34
A 49 dias dos Jogos Olímpicos, o governo do Estado do Rio de Janeiro decretou estado de calamidade pública nesta sexta-feira, 17, no Diário Oficial Estadual. O texto assinado pelo governador em exercício, Francisco Dornelles (PP), apontou a “grave crise financeira no Estado do Rio de Janeiro, que impede o cumprimento das obrigações assumidas em decorrência da realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016”.
print
O governo também argumenta que a crise econômica “vem acarretando severas dificuldades na prestação dos serviços públicos, na saúde, na educação, na mobilidade e na gestão ambiental”. Até as 17 horas desta sexta, a assessoria do governo não sabia detalhar as consequências práticas dessa medida.
Pelo artigo 2º do decreto, as autoridades competentes ficam autorizadas a “adotar medidas excepcionais necessárias à racionalização de todos os serviços públicos essenciais” para a realização das Olimpíadas do Rio.
Dornelles. Foto: Divulgação
Francisco Dornelles. Foto: Divulgação
O artigo 3º prevê que “as autoridades competentes editarão os atos normativos necessários à regulamentação do estado de calamidade pública para a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016”.
Por fim, o artigo 4º determina que o decreto entrará em vigor na data de sua publicação, ou seja, nesta sexta-feira.
Para justificar a medida, o governo estadual elencou oito itens: “a grave crise econômica que assola o Estado do Rio de Janeiro”; “a queda na arrecadação, principalmente a observada no ICMS e nos royalties e participações especiais do petróleo”; “os esforços de reprogramação financeira já empreendidos para ajustar as contas estaduais”; “que a crise vem impedindo o Estado do Rio de honrar seus compromissos para a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos”; “que tal fato vem acarretando severas dificuldades na prestação dos serviços públicos essenciais e pode ocasionar ainda o total colapso na segurança pública, na saúde, na educação, na mobilidade e na gestão ambiental”; “que a interrupção da prestação de serviços públicos essenciais afeta sobremaneira a população”; “que já nesse mês de junho as delegações estrangeiras começam a chegar na cidade do Rio, a fim de permitir a aclimatação dos atletas para a competição que se inicia no dia 5 de agosto”; e que “os eventos possuem importância e repercussão mundial, onde qualquer desestabilização institucional implicará um risco à imagem do país de dificílima recuperação”.
Os governos federal e estadual estudam desde a semana passada uma saída legal para que a União preste socorro financeiro emergencial ao Rio de Janeiro, a fim de garantir recursos ainda pendentes para a Olimpíada, além do dinheiro para pagar salários atrasados de servidores.
Na noite desta quinta-feira, 16, Dornelles reuniu-se com o presidente da República em exercício, Michel Temer (PMDB), o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, em jantar no Palácio do Jaburu, em Brasília. Estavam presentes também o prefeito Eduardo Paes (PMDB) e o presidente da Assembleia Legislativa e do PMDB-RJ, Jorge Picciani. Estava em estudo a edição de duas medidas provisórias para permitir a liberação de recursos da União para o Estado, que pleiteia R$ 3 bilhões em verba federal.
Além do pagamento de salários de funcionários públicos, os recursos serão usados para pagar benefícios de policiais militares, como o Regime Adicional de Serviço (RAS), e para a conclusão da linha 4 do metrô, que fará a ligação entre Barra da Tijuca (zona oeste) e Ipanema (zona sul). O governo planejava usar como argumento para as duas medidas provisórias a situação crítica das finanças do Estado, agora explicitada com a decretação do estado de calamidade pública no setor. As MPs seriam usadas porque têm efeito imediato e já passam a vigorar enquanto tramitam no Congresso.
Salários atrasados. Neste mês de junho o governo do Rio voltou a atrasar o pagamento de salários dos servidores ativos, inativos e pensionistas do Poder Executivo. Sem dinheiro em caixa para pagar integralmente os vencimentos de maio, o Estado anunciou que quitaria apenas 70% da folha de pagamento no último dia 14, com desembolso de R$ 1,1 bilhão.
O atraso atinge 393.143 mil servidores. Apenas os 85.737 funcionários ativos da secretaria de Educação receberam integralmente no dia 14. Até agora não há data para pagar o valor restante – o governo fluminense anunciou que a data seria informada nesta semana.
O Estado do Rio definiu uma conta para o cálculo da primeira parcela de cada servidor. Foi decidido que os trabalhadores receberão no dia 14 R$ 1.000 mais 50% da diferença entre o valor líquido do seu vencimento e a parcela de R$ 1.000. Um servidor que recebe, por exemplo, R$ 4.000 líquidos, terá depositados R$ 1.000 mais R$ 1.500 (valor corresponde à metade da diferença entre R$ 4.000 e R$ 1.000).
Os servidores ativos da Educação serão pagos com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que, de acordo com o governo estadual, podem ser destinados apenas aos servidores da ativa.
Não é a primeira vez que o Estado do Rio atrasa o pagamento dos servidores. Em abril decidiu postergar para maio o pagamento dos vencimentos de março de parte dos servidores aposentados e pensionistas. Em ação movida pela Defensoria Pública, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) bloqueou R$ 649 milhões de contas bancárias do Estado para regularizar esse pagamento.
Os vencimentos foram pagos, mas o governo recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que os recursos depositados nas contas eram oriundos de financiamentos para investimentos e não poderiam, por lei, ser usados para pagar folha de pessoal.

http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/governo-do-rio-decreta-estado-de-calamidade-publica/



loading...

- Servidores Públicos Contra O Estado De Calamidade Pública Na Alerj
Servidores Públicos Contra o Estado de Calamidade Pública na ALERJnovembro 2, 2016 - NotíciasNeste dia 1° de novembro, os servidores públicos estaduais participaram de um ato de protesto contra a aprovação do estado de calamidade pública...

- Decreto Teve Aval De Temer Para Agilizar Liberação De R$ 2,9 Bi Para O Rj
Decreto teve aval de Temer para agilizar liberação de R$ 2,9 bi para o RJRicardo Borges/FolhapressO presidente interino Michel Temer visita o Parque Olímpico no RioBERNARDO MELLO FRANCO COLUNISTA DA FOLHA ITALO NOGUEIRA DO RIO GUSTAVO URIBE DE...

- 'decreto Abre Caminho Para Medidas Duras', Diz Governador Do Rio
'Decreto abre caminho para medidas duras', diz governador do RioJosé Cruz/Agência SenadoO governador em exercício, Francisco Dornelles (PP)BRUNO VILLAS BÔAS DO RIO17/06/2016  19h29 Compartilhar303Mais opçõesPUBLICIDADE O governador...

- Magistrados Do Rj Ameaçam Processar Pezão Por Improbidade Administrativa
SALÁRIOS ATRASADOSMagistrados do RJ ameaçam processar Pezão por improbidade administrativa Por Giselle SouzaA Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro ameaça ingressar, já na próxima segunda-feira (1º/2), com uma ação...

- Servidores Do Estado Fazem Ato Contra O Governo E Questionam Medidas Econômicas
Servidores do Estado fazem ato contra o governo e questionam medidas econômicas Leia mais: http://extra.globo.com/emprego/servidor-publico/servidores-do-estado-fazem-ato-contra-governo-questionam-medidas-economicas-18600670.html#ixzz3zDo2yfSr Foto:...



Aprendizado








.