Os petistas, depois de se darem conta do surpreendente resultado do primeiro turno destas eleições, com Aécio Neves do PSDB mais perto do que se poderia imaginar, vão ter que correr atrás do prejuízo agora, principalmente pelas redes sociais, para tentar salvar uma candidatura que parecia se encaminhar tranquilamente para a vitória. Mas a esmagadora maioria do eleitorado brasileiro ainda tem a TV como a sua maior fonte de informação, e não a internet, o que dificulta. Essa enxurrada de denúncias e acusações contra o tucano provavelmente não alcança nem 30 por cento dos eleitores do país. E as TVs, como se sabe, estão fazendo campanha descarada contra o governo, numa sanha golpista que, diferentemente de 2010, onde se tentou explorar o temas caros aos setores conservadores como o aborto, dessa vez tem o foco na "corrupção", esse clichê batido que sempre aparece em ano eleitoral para sensibilizar maiores camadas da população.
O irônico disso tudo é que, durante anos, tanto o governo Lula quanto o governo Dilma tiveram diversas oportunidades de regulamentar o setor, atacar os monopólios oligárquicos que hoje estão nas mãos de algumas poucas famílias e democratizar a informação. Mas não fizeram nada disso, e ainda alimentaram esses grupos reacionários com verba de publicidade. O programa de Dilma, por exemplo nem sequer toca nesse tema importante.
Uma hesitação que pode custar muito caro nesta eleição. Mais precisamente, custar a volta do PSDB ao governo. E os petistas não podem culpar ninguém a não ser si mesmos por isso.
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