Em Teresina, políticos da oposição ao governo Dilma, derrotados na última eleição, estãofinanciando a manifestação pelo impeachmentmarcada para o próximo dia 15, segundo informações de bastidores. Segundo fontes que preferiram não se identificar, cerca de R$ 1 milhão foram pagos pela confecção de 100 mil camisetas, encomendadas para a manifestação por esses políticos. Centenas de adesivos e panfletos também foram impressos sob encomenda pelas mesmos mandantes para o ato.
A fonte pede sigilo e não declina nomes dos financiadores, que não admitem que estão injetando dinheiro, mas garante que o material já está pronto para ser distribuído. Pelas redes sociais manifestantes afirmam que não têm ligações com partidos e políticos.
Na Assembleia Legislativa, alguns deputados afirmam que representantes de grupos fizeram convite pessoal aos parlamentares. Entre eles, o deputado Rubem Martins (PSB), que afirmou não conhecer as pessoas que o convocaram mas garantiu que vai comparecer ao ato do dia 15 em frente à Assembleia. Sobre o financiamento, Martins disse não saber nada a respeito.
A coordenação do PT no Piauí se manifestou sobre a motivação política da convocação e questiona a legitimidade do ato, apoiado financeiramente por políticos derrotados. " Nós sabemos que os partidos da oposição estão insuflando essa manifestações com intuito golpista. Defender o impeachment de uma presidente eleita legitimamente e sem o envolvimento direto em denúncias de corrução é golpe", disse o secretário do PT estadual, Sérgio Henrique.
Empresário da Ambev patrocinaria impeachment?
De acordo com matéria publicada hoje no site Brasil 247, a campanha pró-impeachment seria articulada com o patrocínio do homem mais rico do Brasil, o empresário Jorge Paulo Lemann, dono da Ambev. Lemann negou envolvimento político ao ser questionado quando uma investigação descobriu que o domínio vemprarua.com.br, que convoca as manifestações e que originou a página no Facebook , está registrado em nome da Fundação Estudar, do empresário.
O movimento vemprarua patrocinou os primeiros protestos no ano passado repercutindo a convocação de Aécio Neves após a derrota eleitoral para Dilma Rousseff. Naquela ocaisão descobriu-se o patrocínio do grupo empresarial por trás do movimento. Jorge Paulo Lemann escusou-se de responsabilidade e disse que era apolítico e que não se envolvia em política.
Mas a declaração do bilionário se tornou insustentável quando, mais recentemente, sua influência foi escancarada. A Fundação de Lemann patrocina não só os posts de convocação para os protestos, contra Dilma e contra o PT, com posts pagos para atingir o maior número possível de pessoas, como também organizou o recente boicote dos caminhoneiros. A intenção, segundo destacou o Brasil 247 era tão somente enfraquecer o governo Dilma.
O empresário silenciou sobre o assunto e sua Fundação desativou o domínio vemprarua.org.brEm substituição foi criado o vemprarua.net, porém sem identificação do responsável, mas que direciona para a página do movimento pró-impeachment.
Em contraposição ao movimento pró-impeachment, integrantes de movimentos sociais e sindicais estão se mobilizando para outra manifestação nacional marcada para o dia 13 próximo, antecipando-se ao ato anti-Dilma, em apoio ao governo e contra o que chamam de tentativa de golpe da oposição.