A intitulada "Pasta Rosa" era na verdade em uma série de documentos que mostrava uma contribuição de 2,4 milhões de dólares do Banco Econômico, de Ângelo Calmon de Sá (à esq.), para a campanha de 25 candidatos nas eleições de 1990 e de 24 candidatos subsiados pela Febraban, prática probida na época. A documentação do dossiê indicava a existência de um sistema organizado de financiamento eleitoral ilegal, com base na prática de caixa 2. No total, 49 políticos foram acusados. O principal político era Antônio Carlos Magalhães, o ACM, que na ocasião elegeu-se governador da Bahia pelo PFL e teria recebido, sozinho, US$ 1,114 milhão do Banco Econômico. Nunca se descobriu o autor do dossiê.
Faziam parte da lista outros nomes como o do senador José Sarney, deputados federais Renan Calheiros, de Alagoas, Ricardo Fiúza, de Pernambuco e Benito Gama, da Bahia. Os nomes de outros candidatos a governador também figuravam na lista, como Joaquim Francisco, por Pernambuco e José Agripino Maia, pelo Rio Grande do Norte.
Nunca se descobriu o autor do documento que foi encontrado em saleta ao lado do banheiro do gabinete do banqueiro Calmon de Sá por Flávio Barbosa, o interventor nomeado pelo BC.
O ex-banqueiro Ângelo Calmon de Sá foi indiciado pela Polícia Federal por crime contra a ordem tributária e o sistema financeiro, com base na Lei do Colarinho-Branco.
Nenhum político foi punido por causa do escândalo. Cinco anos depois da falência do Banco Econômico, em agosto de 1999, Calmon de Sá livrou a barra de ACM e negou ter dado a milionária contribuição eleitoral ilegal para o político baiano, afirmando ter doado verbas apenas para as campanhas de "quatro ex-funcionários do banco".
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