Ato na Faculdade Nacional de Direito denuncia "grave ruptura da legalidade" no Impeachmennt
Aprendizado

Ato na Faculdade Nacional de Direito denuncia "grave ruptura da legalidade" no Impeachmennt


Ato na Faculdade Nacional de Direito denuncia "grave ruptura da legalidade" no impeachment

Documento a favor da democracia teve apoio de advogados, juízes, professores e alunos no Rio
Documento a favor da democracia teve apoio de advogados, juízes, professores e alunos no Rio | Foto: Cristina Índio do Brasil / ABr / CP




A Faculdade Nacional de Direito (FND), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), organizou nesta terça-feira no Salão Nobre da instituição, um ato pelo respeito à democracia e à legalidade. A ação reuniu advogados, juízes, professores, alunos e ex-alunos da FND, além de representantes de segmentos da sociedade civil. Em um manifesto lido pelo professor de processo penal da UFRJ Antonio Santoro, os docentes da FND apontaram a preocupação com “o grave processo de ruptura da legalidade em curso, que põe em risco as bases da nossa democracia”.
O documento alertou ainda que o combate à corrupção está sendo usado para justificar o impeachment de Dilma Rousseff. Os docentes destacaram que o mesmo argumento serviu de base do golpe de 1964. “No plano do discurso, o neoconservadorismo atual não se diferencia de seu antecessor, que estava na base do golpe de estado de 1964 e se apropriou da retórica do combate à corrupção para postular a destituição da presidente da República legitimamente eleita. O mandato constitucional  é confrontado por poderes privados que não aceitam subordinação à Constituição e aos tratados internacionais sobre democracia e diretos humanos.”

Para o reitor da UFRJ, Roberto Lehrer, todos os indícios até agora confirmam que não há caracterização do crime de responsabilidade da presidente Dilma. Segundo ele, se houvesse, aí sim seria motivo de acionar o processo de impeachment. “Trata-se de um impeachment político e isso colide e traz um cenário sombrio para a democracia brasileira”, avaliou.
Equívocos
Lehrer informou que é difícil avaliar todos os cenários atuais, mas existe uma probabilidade grande de a presidente ser destituída, quebrando fundamentos do estado democrático de direito e abrindo um processo de crise. “Essa crise pode se prolongar por muito tempo, porque um governo sem legalidade e legitimidade afirmada é um governo sempre frágil e passível de sofrer pressões que podem afastar ainda mais a presidência dos interesses sociais, dos interesses republicanos e dos próprios princípios constitucionais."
Professora adjunta de pós-graduação da FND, Margarida Lacombe disse que tem visto muitos equívocos com relação ao impeachment, que, segundo ela, é um instrumento previsto constitucionalmente, mas está sendo proposto de maneira errada. “Impeachment não serve para destituir da Presidência da República alguém que esteja conduzindo contrariamente o processo político, econômico e social. Não é simplesmente impedir uma governante de governar porque não está satisfeito. Se não está satisfeito, existem as vias da política", esclareceu.
Diretor da FND, Flávio Martins lembrou que a faculdade foi palco de resistência e defesa da democracia em diversos momentos da história do Brasil, em especial no período da ditadura. “Nós temos uma história gloriosa de defesa dos direitos sociais e políticos neste país. Acredito que seja o melhor local para que haja um ato dessa envergadura.” De acordo com o diretor, não há fundamento jurídico material que confirme a possibilidade do pedido de impeachment.
Para a vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Moara Correa, embora o impeachment seja constitucional e faça parte da democracia o processo que está ocorrendo no Brasil representa um golpe, porque não tem embasamento jurídico. Segundo ela, a história da UNE se confunde com a da FND. “Para nós, defender a democracia é tão importante, porque muitos dos nossos estudantes e militantes morreram em defesa dela. Temos a obrigação geracional de não permitir que um golpe seja dado, de não permitir que percamos a democracia. Sabemos que este golpe não é um golpe qualquer. É um golpe classista, machista. É um golpe de ódio de classes”, destacou.


http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/Politica/2016/3/583117/Ato-na-Faculdade-Nacional-de-Direito-denuncia-grave-ruptura-da-legalidade-no-impeachment?ref=yfp



loading...

- Dilma Diz Em Ny Que Pode Recorrer à Cláusula Democrática Do Mercosul
Por Luciana LopezNOVA YORK (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff denunciou como "golpe" o processo de impeachment de que é alvo no Congresso Nacional para uma audiência de jornalistas estrangeiros, e disse que recorrerá à cláusula democrática...

- RepercussÃo-câmara Aprova Abertura De Impeachment Contra Presidente Dilma Rousseff
SÃO PAULO (Reuters) - A Câmara dos Deputados aprovou neste domingo o pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, tornando seu afastamento da Presidência praticamente irreversível.Os votos favoráveis ao impeachment...

- A Diferença Nos Dois Lados Do Golpe Chamado Impeachment
A Diferença nos dois lados do Golpe chamado Impeachment No lado do golpe predomina o ódio, a intolerância, a raiva. No lado da legalidade e da democracia prevalece a alegria, a tolerância, a pluralidade. O mapa do impeachment está desenhado. Ele...

- Frente Parlamentar E Ação No Stf Prometem Barrar Golpe De Estado
Frente parlamentar e ação no STF prometem barrar golpe de Estado Os parlamentares signatários do documento, comprometem-se com o voto contra o golpe de Estado, em curso. Mas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, articulador da Frente, quer um...

- Ministro Do Stf Diz Que Impeachment é 'esperança Vã' De Superar Crise
Ministro do STF diz que impeachment é 'esperança vã' de superar crisePara Marco Aurélio Mello, "não interessa" ao País retirar a chefe do Poder Executivo, o que pode gerar "muita insegurança"  compartilhar: Facebook Google+ Twitter...



Aprendizado








.