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Embora suas idéias  e práticas tenham sido objeto das mais diversas críticas, é inegável a sua  grande contribuição em favor da educação popular.
Publicou várias obras que  foram traduzidas e comentadas em vários países.
Suas primeiras experiências  educacionais foram realizadas em 1962 em Angicos, no Rio Grande do Norte, onde  300 trabalhadores rurais se alfabetizaram em 45 dias.
Participou ativamente  do MCP (Movimento de Cultura Popular) do Recife.
Suas atividades são  interrompidas com o golpe militar de 1964, que determinou sua prisão. Exila-se  por 14 anos no Chile e posteriormente vive como cidadão do mundo. Com sua  participação, o Chile, recebe uma distinção da UNESCO, por ser um dos países que  mais contribuíram à época, para a superação do analfabetismo.
Em 1970, junto  a outros brasileiros exilados, em Genebra, Suíça, cria o IDAC (Instituto de Ação  Cultural), que assessora diversos movimentos populares, em vários locais do  mundo. Retornando do exílio, Paulo Freire continua com suas atividades de  escritor e debatedor, assume cargos em universidades e ocupa, ainda, o cargo de  Secretario Municipal de Educação da Prefeitura de São Paulo, na gestão da  Prefeita Luisa Erundina, do PT.
Algumas de suas principais obras: Educação  como Prática de Liberdade, Pedagogia do Oprimido, Cartas à Guiné Bissau, Vivendo  e Aprendendo, A importância do ato de ler.
Para Paulo Freire, vivemos em uma sociedade dividida  em classes, sendo que os privilégios de uns, impedem que a maioria, usufrua dos  bens produzidos e, coloca como um desses bens produzidos e necessários para  concretizar o vocação humana de ser mais, a  educação, da qual é excluída grande parte da população do Terceiro  Mundo. Refere-se então a dois tipos de pedagogia: a pedagogia dos  dominantes, onde a educação existe como  prática da  dominação, e a pedagogia do oprimido,  que precisa ser realizada, na qual a educação  surgiria como prática da liberdade.
O  movimento para a liberdade, deve surgir e partir dos próprios oprimidos, e a  pedagogia decorrente será " aquela que tem que ser forjada com  ele e não para ele, enquanto  homens ou povos, na luta incessante de recuperação de sua humanidade". Vê-se que  não é suficiente que o oprimido tenha consciência crítica da opressão, mas, que  se disponha a transformar essa realidade; trata-se de um trabalho de  conscientização e politização.
A pedagogia do dominante é  fundamentada em uma concepção bancária de educação, (predomina o  discurso e a prática, na qual, quem é o sujeito da educação é o educador, sendo  os educandos, como vasilhas a serem enchidas; o educador deposita "comunicados"  que estes, recebem, memorizam e repetem), da qual deriva uma prática totalmente  verbalista, dirigida para a transmissão e avaliação de conhecimentos abstratos,  numa relação vertical, o saber é dado, fornecido de cima para baixo, e  autoritária, pois manda quem sabe.
Dessa maneira, o educando em sua  passividade, torna-se um objeto para receber paternalisticamente a doação do  saber do educador, sujeito único de todo o processo. Esse tipo de educação  pressupõe um mundo harmonioso, no qual não há contradições, daí a conservação da  ingenuidade do oprimido, que como tal se acostuma e acomoda no mundo conhecido  (o mundo da opressão)- -e eis aí,  a educação exercida como uma  prática da dominação.