O jornal El País revela os melhores e os piores salários da América Latina, bem comoo índice de emprego informal em cada país. O Brasil se encontra em 9º e 5º lugar, respectivamente, nesses índices.
Estudos mostram os valores dos salários em países da América Latina. Mesmo com a inflação, a Argentina oferece um salário mínimo maior que o brasileiro
Uma pesquisa realizada pelo jornal espanhol El País apontou os lugares que pagam os melhores e os piores salários mínimos na América Latina. Para elaborar a lista, o jornal levou em consideração o valor dos salários de cada um dos países latino-americanos e o converteu conforme a cotação oficial do câmbio em euro. Entretanto, devido ao controle do governo sobre preços do mercado e os valores negociados na compra de moeda estrangeira, como é o caso da Argentina e daVenezuela, existem dois câmbios, o oficial, controlado pelo governo, e o paralelo, mais realista com o mercado, o que foi determinante para decidir a posição desses países no ranking.
Nesses dois países, especificamente, há uma grande diferença entre o valor oficial da moeda nacional em dólar, controlado pelo governo como medida de contenção da inflação e dos preços de mercado, e o praticado no mercado paralelo, mais condizente com os preços e com a inflação.
Mesmo levando em consideração o câmbio oficial, a Argentina, que dizia ter o salário mínimo mais alto da América Latina, perdeu o posto para a Venezuela, depois de sofrer uma forte desvalorização do peso argentino em janeiro de 2014, com o dólar negociado por 7 pesos argentinos. Mesmo com o valor menor no câmbio paralelo, o salário mínimo argentino vale mais do que o brasileiro. Entretanto, se se leva em conta o câmbio paralelo da Venezuela, o valor do salário mínimo em euros passa a ser o mais baixo da região.
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A seguir, o valor em euros dos salários mínimos da região, do mais alto ao mais baixo:
País | Em euros - câmbio oficial | Em euros – câmbio paralelo |
Venezuela | 372 | 46 |
Panamá | 353 |
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Costa Rica | 344 |
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Argentina | 320 | 250 |
Paraguai | 297 |
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Uruguai | 282 |
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Chile | 264 |
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Equador | 245 |
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Brasil | 220 |
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Guatemala | 219 |
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Colômbia | 217 |
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Peru | 192 |
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Honduras | 127 |
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Bolívia | 124 |
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México | 104 |
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República Dominicana | 100 |
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Nicarágua | 91 |
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El Salvador | 81 |
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Montevidéu, capital do Uruguai, país com os menores índices de informalidade no trabalho
Outro dado importante levado em conta pela pesquisa é a porcentagem dos trabalhadores que possuem registro em carteira de trabalho. Como grande parte da população trabalha informalmente na região, o salário mínimo funciona apenas como referência de salários pagos sem registro. Segundo a mesma pesquisa, que levantou os índices de informalidade entre os trabalhadores do mercado e os empregados domésticos, o Uruguai possui a menor taxa de informalidade no trabalho.
País | Informalidade no mercado (%) | Informalidade no trabalho doméstico (%) |
Uruguai | 2,7 | 2,9 |
Costa Rica | 14,1 | 27,6 |
Panamá | 26,3 | 51,3 |
Argentina | 27,2 | 51,8 |
Brasil | 29,8 | 53,7 |
Peru | 36,5 | 49,5 |
Colômbia | 47,5 | 69,5 |
Equador | 49,1 | 54,2 |
México | 52,7 | 95,5 |
El Salvador | 57,8 | 87,7 |
Paraguai | 58,2 | 86 |