Ministro da Justiça pede apuração sobre reportagem de CartaCapital
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Ministro da Justiça pede apuração sobre reportagem de CartaCapital


Lava Jato

Ministro da Justiça pede apuração sobre reportagem de CartaCapital

Parlamentares foram investigados sem autorização do STF e buscas foram simuladas. Contadora era agente infiltrada e provas foram vazadas à imprensa
por Henrique Beirangê — publicado 28/04/2016 20h17, última modificação 29/04/2016 00h26
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Marcelo Camargo/ Agência Brasil/Fotos Públicas
O ministro da Justiça, Eugenio Aragão
Aragão encaminhou à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal solicitação para que seja apurado o conteúdo da reportagem de CartaCapital
O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, encaminhou à direção da Polícia Federal e ao Ministério Público Federal uma solicitação para que seja apurado o conteúdo da reportagem de CartaCapital que revelou os bastidores da operação Lava Jato.
A matéria "Os segredos de Meire Poza"mostra que uma busca e apreensão foi forjada, parlamentares foram investigados no início da operação sem autorização do Supremo Tribunal Federal, documentos confidenciais foram vazados à imprensa e que a contadora e ex-braço direito do doleiro Alberto Youssef foi usada como agente infiltrada.
CartaCapital obteve com exclusividade quase 200 páginas de transcrições de conversas e duas dezenas de e-mails entre a contadora e integrantes da força-tarefa. A relação entre Poza e os investigadores funcionava da seguinte maneira: a contadora encaminhava documentos e fornecia informações ainda protegidas por sigilo. A colaboração “informal” ganhou elogios de Anselmo. “Vc deveria fazer concurso pra PF”, escreveu no WhatsApp.
Em outra conversa, ela informa que uma ex-namorada de um investigado gostaria de conversar com ela, mas pessoalmente. A interlocutora diz ter receio de falar por telefone,com medo de grampos. A um dos investigadores, Meire debocha: “Eu sou o grampo kkkk”.
Em um diálogo de 16 de maio de 2014, a contadora e Anselmo citavam abertamente nomes de políticos. Por causa da prerrogativa de foro privilegiado, as investigações não poderiam ter seguido na primeira instância. Necessitavam de autorização do Supremo Tribunal Federal.
“Vixi tem muito político...”, anota ela em uma das trocas de mensagem. Poza continua: “No dia 12 ou 13 de março por exemplo ele estava a noite com o Renan Calheiros pra acertar a colocação da debenture na Postalis”. 
O trabalho da informante rendia à força-tarefa informações privilegiadas, inclusive da defesa dos investigados. Em junho daquele ano, a contadora confidenciou à Polícia Federal que Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa haviam decidido fechar suas delações premiadas.
 Em uma das conversas com Prado, em 25 de junho de 2014, Poza diz ter sido informada por alguém próximo aos investigados que os dois aguardavam apenas o retorno de férias do advogado do doleiro para avançar na discussão da colaboração com a justiça.
  “Hmmmmmmm... Tem uma boa... A xxxxxx disse que o Beto e o Paulo Roberto estão só esperando o Adv do Beto voltar de férias pra tentarem um acordo”. Os depoimentos da cooperação judicial do ex-diretor da Petrobras foram iniciados em agosto e os de Youssef, em outubro daquele ano. A PF não quis comentar a reportagem.



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