LUZES DO MUNDO - ARTHUR SCHOPENHAUER
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LUZES DO MUNDO - ARTHUR SCHOPENHAUER


LUZES DO MUNDO - ARTHUR SCHOPENHAUER



Arhur Schopenhauer - O Decifrador da Alma Humana



Nascido em 1788 em Danzig, Prússia, Arthur Schopenhauer foi um filósofo alemão do século XIX.

Arthur Schopenhauer nasceu numa família abastada. Seu pai dedicava-se ao comércio e sua mãe era uma escritora conhecida. Aos nove anos foi à França para estudar a língua francesa e mais tarde viajou por vários países da Europa. Aos 17 anos, ingressou na faculdade de comércio de Hamburgo.

Trabalhou como aprendiz de comerciante em Dantzig, em 1803, e em Hamburgo, entre 1804 e 1805. Com a morte do pai, nesse mesmo ano, Arthur Schopenhauer recebeu uma herança e pode dedicar-se inteiramente a suas atividades intelectuais.


Em 1809, ingressou na Universidade de Gottingen para estudar medicina. Transferiu-se para a Universidade de Berlim em 1811 e, dois anos depois, publicou o tratado "Sobre a Quádrupla Raiz do Princípio de Razão Suficiente". 

Nesse mesmo ano doutorou-se pela Universidade de Jena. Voltou então para a casa de sua mãe em Weimar, onde conheceu o poeta Wolfgang Goethe, de quem se tornou amigo. Mudou-se depois para Dresden, onde viveu até 1818.





Arthur Schopenhauer publicou "O Mundo como Vontade e Representação" em 1819, obra que se tornaria fundamental no campo da filosofia moral. Escreveu essa obra prima aos 30 anos, mas não obteve sucesso na maior parte de sua vida.


Em 1820, já ensinando na Universidade de Berlim, Schopenhauer anunciou um curso que seria ministrado ao mesmo tempo em que o de um outro filósofo, G. W. F. Hegel. Com o afluxo de estudantes ao curso de Hegel, a palestra de Schopenhauer não atraiu mais do que quatro alunos, acirrando ainda mais a rivalidade entre ambos.

Com sua personalidade forte e palavras amargas sobre o filósofo Hegel, ganhou antipatia no mundo acadêmico. Schopenhauer chegou a dizer que Hegel era um “charlatão de mente obtusa, banal, nauseabundo, iletrado (...)”. 



Em 1822, Schopenhauer viajou à Itália, onde permaneceu por três anos. Fez depois um curso com o filósofo Johann Gottlieb Fichte, na Universidade de Berlim, durante dois anos.

Lecionou de 1820 a 1831, ano em que abandonou as salas de aula.  Uma epidemia de cólera, em 1831, levou Schopenhauer a Frankfurt. 

Dedicado exclusivamente à reflexão filosófica, Schopenhauer trabalhou intensamente em Frankfurt, redigindo e publicando diversos livros. 

Em 1836, veio a lume o ensaio Sobre a Vontade na Natureza, que deveria completar o segundo livro de O Mundo como Vontade e Representação. 

Na mesma época, redigiu também dois ensaios sobre moral. O primeiro, escrito para concorrer a um concurso da Academia de Ciências de Trondheim (Noruega), intitula-se Sobre a Liberdade da Vontade. 



O segundo, O Fundamento da Moral, concorreu ao concurso da Academia de Copenhague e continha verdadeiros insultos a Hegel e a Fichte, que provocaram escândalo; embora fosse o único concorrente, o livro não foi premiado. 


Reservado, Schopenhauer passou a viver em isolamento, preferindo a companhia dos cães à companhia dos homens. 

Só obteve reconhecimento em seus últimos dias, o livro “Parerga e Paralipomena”, continha pequenos ensaios sobre os mais diversos temas: política, moral, literatura, filosofia, estilo e metafísica, entre outros. A obra alcançou inesperado sucesso, logo depois de ser publicada em 1851. 

A partir daí, a notoriedade do autor espalhou-se pela Alemanha e depois pela Europa. Um artigo de Oxford, publicado na Inglaterra, deu início à grande difusão de sua filosofia. Na França, muitos filósofos e escritores viajaram até Frankfurt para visitá-lo. Na Alemanha, a filosofia de Hegel entrou em declínio e Schopenhauer surgiu como ídolo das novas gerações.

Assim, os últimos anos da vida de Schopenhauer proporcionaram-lhe um reconhecimento que ele sempre buscou. Artigos críticos surgiram em grande quantidade nos principais periódicos da época. A Universidade de Breslau dedicou cursos à análise de sua obra e a Academia Real de Ciências de Berlim propôs-lhe o título de membro, em 1858, que ele recusou.

A obra de Arthur Schopenhauer aos poucos conquistou um público abrangente, não só de filósofos, mas também de artistas, escritores, intelectuais e pessoas comuns.

Dois anos depois, a 21 de setembro de 1860, Arthur Schopenhauer, que Nietzsche (1844 – 1900) chamaria "o cavaleiro solitário", faleceu, vítima de ataque cardíaco. Contava, então, 72 anos de idade.


Outro motivo que provavelmente foi crucial para seu insucesso foi a audácia de abrir sua filosofia aos pensamentos orientais. Schopenhauer foi o primeiro pensador ocidental a fazer isto, agregou ensinamentos do Budismo e do Hinduísmo em seus estudos.

Schopenhauer foi o filósofo que introduziu o budismo e o pensamento indiano na metafísica alemã. Foi fortemente influenciado pela leitura das Upanishads, que foram traduzidas pela primeira vez para o Latim no início do século XIX.

A influência oriental em sua filosofia o fez aceitar o ateísmo. Ficou vulgarmente conhecido por seu pessimismo e entendia o budismo (e a essência da mensagem cristã, bem como o essencial da maior parte das culturas religiosas de todos os povos em todos os tempos) como uma confirmação dessa visão realista-pessimista. 

Para Schopenhauer, a realidade una, absoluta e transcendental eram respectivamente o Vazio e a Vontade. Para Buda, o homem deve esquecer e superar suas paixões e desejos terrenos para atingir a iluminação e escapar ao sofrimento. Assim Schopenhauer conclui que este mundo é também uma ilusão e não devemos nos preocupar com ele, mas sim repudiá-lo.

Dessa forma, Schopenhauer elimina Deus, e em seu lugar coloca uma "vontade universal" que é a força voraz e indomável da própria natureza. 


A vontade aqui nada tem a ver com a decisão racional por uma opção de agir, mas trata-se de um ser absoluto, essência primeira, a coisa em si, o noumeno, que é irredutível e gera todas as coisas deste mundo. Essa fome insaciável da Vontade faz o mundo anárquico e cruel. 



O filósofo alemão, contudo, vê na arte a possibilidade de transcendência, em especial na música, que nos retira do tempo, do espaço e até do nosso corpo, resgatando-nos momentaneamente do suplício da existência.






Também conhecido como "filósofo do pessimismo", foi importante expoente da doutrina metafísica da vontade, em reação ao idealismo hegeliano. Seus escritos influenciaram a filosofia existencialista e a psicanálise freudiana.

Schopenhauer combateu fortemente a filosofia hegeliana e influenciou o pensamento de Eduard von Hartmann e Friedrich Nietzsche. Era identificado como o "decifrador da alma Humana."

A visão de mundo de Schopenauer é profundamente pessimista. Para ele, somos escravos de nossos desejos. Mal satisfazemos um e outro surge, de modo que vivemos permanentemente insatisfeitos. Além disso, o mundo está repleto de injustiça e violência. A existência é, assim, uma fonte de sofrimentos.

Nietzsche descobriu Schopenhauer ainda na universidade aos vinte e um anos, por acaso, numa livraria. Comprou “O Mundo Como Vontade e Como Representação” e apaixonou-se instantaneamente por sua filosofia: sem deus, sem providência divina, apenas uma vontade cega e insaciável. Wagner e Schopenhauer foram suas maiores influências durante a juventude.


Para Schopenhauer, o mundo é uma representação individual. Em suas próprias palavras: “O mundo é a minha representação: eis uma verdade que vale para cada ser vivente e cognoscitivo, mesmo se somente o homem é capaz de acolhe-la na sua consciência reflexa e abstrata; e quando ele verdadeiramente o faz, a meditação filosófica nele penetrou”.

Schopenhauer falava da relação entre sonhos e realidade. Para ele, seria impossível distinguir as duas condições.





A vida seria um sonho muito longo, interrompido durante a noite por outros sonhos curtos. “Nós temos sonhos; não é talvez toda a vida um sonho? Mais precisamente: existe um critério seguro para distinguir sonho e realidade, fantasmas e objetos reais?”, afirma Schopenhauer.

O filósofo ainda discutia o porquê de todo ser humano ter a vontade de continuar vivendo. Qual seria o princípio a impelir os homens à continuação da vida e da espécie? 

Chegou a conclusão de que nosso corpo é o único objeto que conseguimos conhecer no universo, pois não o reconhecemos de fora, mas sim de dentro. Assim, diz que o Eu é a própria vontade de viver. Segundo ele, nosso instinto de sobrevivência é cego, mesmo sabendo que o que nos aguarda é a morte certa, nós continuamos a buscar a sobrevivência.

Em suas palavras: “São dessa natureza os esforços e os desejos humanos que nos fazem vibrar diante da sua realização como se fossem o fim último da nossa vontade; mas depois de satisfeitos mudam de fisionomia”.

Outro tema polêmico levantado por Schopenhauer é o sexo. Em suas obras, deixa claro que o amor é apenas um truque da natureza na tentativa de preservar a espécie humana. Sendo este mundo um vale de lágrimas, a natureza ligou o orgasmo ao acasalamento, assim, no ato sexual, consegue abstrair a culpa do ser humano quando este faz nascer um novo espécime.

Seu pensamento sobre o amor é caracterizado por não se encaixar em nenhum dos grandes sistemas de sua época. 

“(...) todo enamoramento, depois do gozo finalmente alcançado, experimenta uma estranha desilusão e se surpreende de que aquilo que tão ardentemente desejou não ofereça nada mais do que qualquer outra satisfação sexual (...)”.



Sua obra ainda observa outros pontos como a negação da vontade de viver, que só seria conseguida com a nolontade (não-vontade). Ele indica, como fonte para chegarmos ao estado sublime de felicidade (Nirvana), a fuga da realidade com silêncio, jejum, castidade e uma renúncia sistemática de tudo que é real.


Apenas para definir melhor a figura de cavaleiro solitário de Schopenhauer, segue abaixo um texto que comprova sua acidez, um excerto que consegue, ao mesmo tempo, nos fazer refletir e querer esquecer tudo que acabamos de ler.

“A mais rica biblioteca, quando desorganizada, não é tão proveitosa quanto uma bastante modesta, mas bem ordenada. Da mesma maneira, uma grande quantidade de conhecimentos, quando não foi elaborada por um pensamento próprio, tem muito menos valor do que uma quantidade bem mais limitada, que, no entanto, foi devidamente assimilada”.

Para Schopenhauer a realidade é cega e irracional. O amor, o progresso e a história são nada além de enganos e ilusões, porque a vontade nunca está satisfeita do sofrimento e da vida. A única maneira de reduzir este sofrimento é a de suprimir a vontade. 

O quanto menos exercitarmos a vontade, menos sofreremos. O menor que desejamos, menor será a nossa miséria. A raiz de todos os males é a vontade de viver. Reprimir e matar o desejo, é o nosso único meio de fuga. A única forma de reduzir o sofrimento e frustração inevitável é minimizar os desejos. A única solução é a negação da vontade de viver. Aqui, Schopenhauer mostra sua concordância com o misticismo ascético das religiões orientais.



Schopenhauer dá uma grande importância à arte e à estética. Quando uma pessoa contempla mais e aprecia uma obra de arte, esta é livre de qualquer desejo e do mal. Um homem absorto na meditação da beleza não é mais escravo da vontade. 

Na contemplação da verdade sem vontades, um homem se esquece de sua própria pessoa e dos interesses materiais. 

Schopenhauer especialmente elogia a música ao declarar que ao contrário de outras artes, que simplesmente copiam idéias, a música copia a própria vontade, e é por isso que é mais eficaz e poderosa.

A filosofia pessimista, atribuída à Schopenhauer,  talvez não passe de um preconceito ou de um mal-entendido, quando analisada com outros olhos e comparada à vida e à mensagem de outros homens excelsos da humanidade, como Platão, Epicuro e Nietzsche.

Todo homem, ilustre ou não, é fruto de seu tempo, e também vê o mundo à sua volta como a representação de si mesmo, assim como sentenciado por um antigo filósofo grego: "O homem é a medida de todas as coisas". 




Schopenhauer via as coisas do seu tempo, mas, acima de tudo, abrangeu com seu olhar filosófico, e com sua intuição (como talvez ele próprio preferisse dizer), o passado (constituído de suas incursões pelas escrituras hindus e budistas), o presente (imposto a ele frente a frente) e o futuro (projetado por sua invejável capacidade intelectual). 

Assim, sua filosofia traz, evidentemente, a sabedoria oriental, que inspira aqueles que buscam respostas para seu sofrimento nos ensinamentos religiosos; a compreensão do aqui-agora existencial, que une todos os povos e todos os indivíduos como uma única nação de aflitos; e a visão profética, que, relendo os eventos da vida, vaticina para todos, sem exceção, uma espécie de eterno retorno - um retorno ao nada existencial, como último consolo à existência sofrida.









Fonte: http://www.infoescola.com/filosofos/arthur-schopenhauer/
http://educacao.uol.com.br/biografias/arthur-schopenhauer.jhtm



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