ESCOLA CULTURAL PARA INDÚSTRIA
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ESCOLA CULTURAL PARA INDÚSTRIA


ESCOLA CULTURAL PARA INDÚSTRIA




Escola Cultural para Indústria.

A escola, como instituição social de cunho educativo deveria ser de fundamental importância para a perpetuação de nossa cultura, uma vez que ela é uma particularidade inserida no todo social. Isso, contudo,não significa que deva ser idêntica ao todo. Na verdade ela reflete, enquanto particular, o movimento da totalidade.
Nessa perspectiva, a lógica que rege cada momento histórico da totalidade sempre tenderá adefinir a finalidade objetiva da escola. Se hoje a esfera educacional, também, se tornou refém da indústria cultural, sem dúvida o sistema educacional irá refletir as conseqüências excludentes desse processo para aformação cultural dos indivíduos. Para se compreender a situação real do sistema educacional brasileiro e suas atuais políticas há que se resgatar dados do início da década de 90, quando o governo assumiu aprioridade da inserção do País no mercado globalizado, comandado pelo capital financeiro, ao qual sesubordinaram as políticas de modo geral.
O modelo neoliberal de economia, tornou-se via de realização da política educacional e acabou por gerar a exclusão social quando assumiu como diretriz uma dimensão tecnológica, cujos objetivos eram atender as demandas mercadológicas, vinculando as Necessidades Básicas de Aprendizagem a um sistema de produtividade. O Programa de Progressão Continuada veio a seguir, para acentuar a sedimentação de um conhecimento superficial e acrítico nos diversos extratos sociais e colaborar com o alto índice de analfabetismo funcional. Desse modo, a escola deixou de ser espaço de educação e veiculação do ideal de autonomia para atender às exigências de mercado, cabendo, portanto, ao sistema de ensino, promover a profissionalização e a adequação dos indivíduos às urgências produtivas, transmitindo competências e habilidades para que atuassem competitivamente. Assim, a educação assume um caráter pragmático e utilitarista, transformando a formação docente em capacitação para o serviço, descuidando da formação inicial e de uma fundamentação teórico-política. Nessa perspectiva, as transformações ocorridas no papel da educação, traduzem o processo de deslocamento generalizado da tecnologia industrial – suas lógicas e também seus instrumentos – para as esferas sociais e subjetivas, processo este, denominado por Theodor Adorno e Max Horkheimer de INDUSTRIA CULTURAL. Tais transformações se refletem nas políticas educacionais em que o papel do educador se reduz a uma dimensão secundária de mero facilitador de ensino, carente de uma perspectiva teórico-metodológica. Nesse processo, a autoridade do professor se viu fragilizada, tornando as condições concretas de aprendizagem mais susceptíveis à intromissão de produtos externos ao currículo escolar, produtos da Indústria Cultural.
A formação cultural, que conforme Adorno (1996), deveria possibilitar condições aos indivíduos para se realizarem com autonomia e liberdade de espírito, sob o ideário neoliberal, resume-se a uma semiformação que aniquila a possibilidade do pensar humano, conduzindo-o ao domínio da heteronomia. Conforme revisão bibliográfica a partir de autores como Chauí (1999), Gentilli (1996), Zuim(1999), Saddi (1999), pode-se dizer que, segundo a concepção neo-liberal, os sistemas educacionais enfrentam uma crise de eficiência e produtividade que só poderia ser superada a partir de uma radical reforma administrativa no sistema escolar, orientada para a transformação do mesmo em organizações que garantam eficiência e qualidade aos serviços educacionais. Sob esta lógica, promove a qualidade do ensino significaria promover reformas que redundariam em mudanças nas práticas pedagógicas, tornando-as mais eficientes, e, promover uma reestruturação do sistema para dar maleabilidade à oferta educacional. Para os autores acima, a conseqüência desse processo é que ainstituição escola acabou perdendo sua função formativa.
Cada vez mais é possível constatar que a maior parte dos profissionais ligados às instituições de ensino, se apresenta despreparados para exercer o ato educativo, pois se insere no contexto escolar, sem o devido domínio dos conhecimentos que devem proporcionar às crianças.

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