Doutor pela Sorbonne mostra como a imprensa apoiou a ditadura e criou imagem positiva para militares
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Doutor pela Sorbonne mostra como a imprensa apoiou a ditadura e criou imagem positiva para militares. Edição 2069 9093662. Doutor em sociologia pela Sorbonne, o gaúcho Juremir Machado da Silva é um intelectual que escreve muito e bem. Já publicou livros sobre Getúlio Vargas e João Goulart, sempre polêmico e acrescentando ideias que vale a pena serem examinadas, para além da bibliografia.

Seu livro “1964 — Golpe Midiático-Civil-Militar” (Sulina, 159 páginas), apesar da discurseira típica de acadêmicos, é muito bom. O autor mostra, de maneira documentada, como a imprensa contribuiu para o golpe de 1964. Não só isso. Ajudou a formular a tese, que contribuiu para convencer as classes médias e as massas a aceitarem a queda do presidente João “Jango” Goulart, de que o perigo comunista era evidente. Não era.

Não havia perigo comunista. De fato, parte da esquerda não tinha um projeto democrático — e também planejava implantar uma ditadura —, mas não tinha força política para se tornar hegemônica. Jango não era comunista, no máximo era nacionalista.

A imprensa patropi, quando a ditadura estava em seus estertores, começou a reconstruir sua história. O “Estadão”, por exemplo, passou a lembrar que havia sido censurado e que colocava receitas de bolo nos espaços censurados. Mas não menciona que apoiou a ditadura com entusiasmo. Octávio Frias Oliveira e seus jornais apoiaram os governos militares, notadamente os mais duros, mas depois a “Folha de S. Paulo” passou a recordar, de maneira mais acentuada, que havia apoiado a campanha das Diretas Já.

Apoiou mesmo — assim como deu sua contribuição para fortalecer a ditadura. O jornal dirigido por Otavio Frias Filho precisa “aceitar” as duas partes de sua história.

Juremir Machado aponta, de maneira sólida e enfática, como a imprensa ajudou a bancar a ditadura e a construir uma imagem modernizadora para os governos militares.

Depois, quando caiu, a ditadura passou a ser só “dos” militares — daí o uso de “ditadura militar”, quando é mais apropriado, com sugere o historiador Daniel Aarão Reis Filho, escrever ditadura civil-militar.

Os militares não deram à luz sozinhos à ditadura que perdurou de 1964 a 1985. Civis, como donos de jornais, políticos e empresários, também devem ser considerados pais da Geni que, além de fardas, usava ternos bem cortados.
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