A presidente deposta Dilma Rousseff denunciou ontem (2) ao mundo, durante entrevista à imprensa internacional, que o Brasil vive um pré ‘estado de exceção’, onde são desrespeitados direitos fundamentais — como o de manifestação — previstos na Constituição Federal.
“As pessoas vão para as ruas e vem a repressão. Cegam uma menina. Depois, matam alguém, como foi com o estudante Edson Luís (1968). Então dizem que a culpa é do manifestante, pois a violência partiu deles. Isso que ninguém da minha geração pode compactuar. O terrorismo do Estado é gravíssimo. O poder dele para reprimir é muito forte. Assim começam as ditaduras. Não precisam ser militares, podem ser civis disfarçadas”, denunciou Dilma, em referência às recentes ações violentas da Polícia Militar contra atos contrários ao governo de Michel Temer (PMDB).
Para agravar a crise, o ilegítimo governo Temer autorizou a repressão das Forças Armadas neste domingo (4) na Avenida Paulista, em São Paulo, para conter o movimento que exige ‘Diretas Já’ e ‘Fora Temer’.
A presidente deposta afirmou que prefere “a voz surda das ruas do que os silêncio das ditaduras (…) sei como começa e como termina a história”.
“Temos que debater. Não é possível o tipo de repressão que estamos vendo. Não é possível que não se possa falar o que quiser, como ‘Fora, Temer’. Quando começamos a ter medo das palavras, começa a arbitrariedade. Temer as palavras leva a isso. Veja, jamais tivemos medo das palavras, conheço uma ditadura na pele”, disse à correspondentes estrangeiros.
Dilma também falou sobre o processo que a tirou da Presidência: “É a segunda vez que votam meus direitos políticos. Fui condenada três vezes na ditadura (1964-1985). Ontem, como hoje, ilegítimo”.
|Texto de Esmael Morais, com informações do Rede Brasil Atual