Debandada do PSD tirou do Planalto gordura para evitar impeachment, dizem fontes Reuters Por Lisandra Paraguassu Reuters 13 de abril de 2016
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Debandada do PSD tirou do Planalto gordura para evitar impeachment, dizem fontes Reuters Por Lisandra Paraguassu Reuters 13 de abril de 2016


Presidente Dilma Rousseff durante evento no Palácio do Planalto
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Presidente Dilma Rousseff durante evento no Palácio do Planalto. 12/4/2016. REUTERS/Ueslei Marcelino
Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - A defecção do PSD queimou a gordura que o governo tinha na contagem de votos contra a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, disseram à Reuters duas fontes palacianas, mas o Planalto ainda avalia que consegue derrubar o processo, mesmo que por uma margem mínima.
“Em nossa conta pessimista estamos sem gordura. Foi queimada nossa gordura. Qualquer corte agora é na carne”, disse uma das fontes.
“Temos os votos, mas sem gordura”, disse a outra fonte.
Qualquer nova defecção nos próximos dias pode complicar ainda mais a situação da presidente, admitiu uma das fontes.
Até esta quarta-feira, a contabilidade do Planalto, que pode ser avaliada como otimista, era de 185 votos para o governo, uma conta apertada --para o impeachment ser derrotado são necessários 172 votos contra o impedimento ou que os votos favoráveis não cheguem a 342.
O governo inclui na conta, por exemplo, 20 dos 65 deputados da bancada do PMDB e um terço da bancada do PSD. O partido do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, votou em sua maioria nesta quarta-feira, em reunião interna, pelo encaminhamento ao impeachment da presidente. No final da tarde, o líder do partido, Rogério Rosso (DF), confirmou que a decisão, apesar de afirmar que serão “respeitadas as minorias”.
Mesmo com 185 votos, o governo ainda teria um placar apertado para a votação em plenário, no próximo domingo. “Esse é o mínimo, do mínimo, o que três ministros fizeram as contas e garantiram que existe hoje”, disse à Reuters uma terceira fonte palaciana. “A coisa está feia, mas não perdida.”
A fonte reconhece, no entanto, que os próximos dias continuarão em um “estica e puxa” entre os dois lados. A meta do governo era chegar a 205 deputados, mas as defecções dificultam o trabalho. Garantidos, no entanto, o Planalto tem mesmo só 93 votos --58 da bancada petista, os seis votos do PSOL, já que o partido anunciou que votará contra o impeachment, dois do PTdoB, 11 do PCdoB e 16 dos 20 pedetistas, já que o mesmo o partido tendo anunciado que votará com o governo, quatro parlamentares ainda são contrários.
O Planalto contabiliza votos em 16 partidos, mas admite que essa contabilidade é volátil. Pela manhã, o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, reuniu-se com quatro deputados do PSD e ainda aposta em ter 15 dos 36 votos em plenário.
Mas deputados do partido falam em apenas cinco --apesar de, na reunião, oito terem votado a favor de se manter no governo-- e uma das fontes palacianas garantir que são mais, em uma guerra de números que deve durar até domingo.
No PMDB, uma fonte próxima a um dos ministros disse à Reuters que é possível o partido conseguir entregar 20 votos em plenário, mas depende dos movimentos das próximas horas. Se houver uma debandada, como se prevê, é possível que o governo leve apenas 10.
O governo ainda conta com vários votos de partidos que já anunciaram que vão encaminhar pelo impeachment, como cinco do PTB, três do PSB, nove do PP e dois da Rede, partido de Marina Silva, que passou a defender o impeachment nos últimos dias.
EXONERAÇÕES
A retaliação pela mudança de lado de alguns antigos aliados do governo virá rápida. O Planalto pretende anunciar já na quinta-feira a demissão de nomes indicados por parlamentares que anunciaram nas últimas horas a opção pelo impeachment.
Um dos que deve perder indicados já é o líder do PP, Aguinaldo Ribeiro (PB), que anunciou na terça-feira que o partido estava deixando o governo e iria entregar os cargos. O presidente da Companhia de Desenvolvimentos dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Felipe Mendes, deve ter sua exoneração publicada na quinta-feira.
O Planalto também prepara um mapa das nomeações ligadas ao PP e ao PRB --inclusive casos recentes, de substituições a nomes dos PMDB-- para que sejam exonerados nos próximos dias, a não ser em casos que sejam ligados a parlamentares que se comprometeram a votar com o governo.

https://br.noticias.yahoo.com/debandada-psd-tirou-planalto-gordura-para-evitar-impeachment-002624913.html?nhp=1



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