Com Brad Pitt declaradamente surpreso com o pedido de divórcio de Angelina Jolie nessa semana, refletimos sobre o que pode levar uma pessoa a tomar a decisão de se divorciar. Será que Brad realmente não percebeu nenhum sinal do que estava para acontecer?
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Especialistas em relacionamento falam sobre os sinais de alerta e explicam como navegar sobre os mares revoltos da separação e sobreviver. Esses conselhos servem para você, para mim, Brad, Angelina e qualquer pessoa.
O que procurar?
Nisso os especialistas concordam: o maior sinal de aviso de um divórcio iminente não são discussões frequentes ou ausência de intimidade, mas a falta de respeito.
“Eu acredito que o oposto do amor não é o ódio, mas sim a indiferença”, diz Arabella Russell, conselheira e especialista em relacionamentos.
“Indiferença, falta de respeito, desprezo e escárnio são feridas das quais dificilmente um casal se recupera.”
Há como salvar um casamento?
É possível, mesmo quando não há mais respeito entre o casal, caso ambos estejam dispostos a trabalhar duro para isso, diz Liz Hann, terapeuta de casais e membro do Counselling Directory.
“Coisas muito simples podem fazer a diferença, como as duas partes concordarem em não se xingarem mais. É surpreendente o quanto os casais costumam dizer coisas horríveis um para o outro. Abandonar esse mau hábito pode fazer uma grande diferença.”
Arabella Russell concorda que seja possível superar a falta de respeito, mas diz que pode ser muito difícil. “Quando esses sentimentos vêm à tona, é preciso falar sobre eles de forma sincera e explícita. Sentimentos ruins podem se infiltrar em relacionamentos sem que as pessoas percebam. Eu costumo perguntar aos casais se eles conhecem algum casal de amigos ou familiares que falem da mesma maneira que eles com seus parceiros e geralmente a resposta é não. Se o problema da comunicação for resolvido, pode ser que haja uma chance”.
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O Divórcio é a resposta?
Liz Hann diz que a pergunta mais importante que uma pessoa deve fazer quando chega ao ponto de pensar em divórcio é ‘como seria sua vida sem o parceiro ou parceira’. Determinar se esse futuro seria bom ou ruim é o primeiro passo para tomar a decisão.
Pelo menos inicialmente, é provável que a ideia de se divorciar seja unilateral. Arabella diz que em sua experiência, é frequente que uma pessoa tome a iniciativa e a outra acabe embarcando na ideia, à medida que ambos descobrem que estão infelizes no relacionamento. As abordagens sobre relacionamentos e como terminá-los costumam divergir, de forma que uma das partes acaba sempre assumindo a liderança.”
Ela ainda adverte que é improvável que a necessidade do divórcio se apresente como única solução. “Essa é uma decisão que acontece com base em vários momentos do relacionamento. Há momentos que você pensa que não vai aguentar mais, nos quais você logo repensa. Um dia esses momentos acumulam, juntam-se às tentativas frustradas de conseguir aconselhamento ou conversar com seu parceiro e é aí que tudo fica claro.”
Lidando com o divórcio
Arabella salienta a importância de conversar com seu parceiro, por mais que ele possa sucumbir ao impulso de ignorar a situação, como também ocorre com familiares e amigos. “Se, apesar dos seus esforços, for realmente o fim da linha, você precisará de apoio.”
“Mesmo que seja por escolha própria, o divórcio é difícil e doloroso. Abandonar qualquer tipo de relacionamento é difícil. Mudar é difícil. Todos os relacionamentos começam cheios de esperança, aspirações, planos, e agora todas essas coisas precisarão mudar. É importante reconhecer que, mesmo sabendo que essa é a decisão você pode se sentir muito triste ao tomá-la.”
Infelizmente, é raro que casais consigam se separar amigavelmente, diz Liz Hann, mas há coisas que um casal pode fazer para tentar.
Não procure os advogados cedo demais. “Tente resolver as coisas entre os dois”, diz Liz. “Quando é preciso envolver advogados, tudo acaba saindo muito caro e doloroso.”
Mediação é fundamental, diz Arabella. “Pesquisas mostram que não é o divórcio o maior problema, mas a maneira como ele ocorre. A mediação oferece às partes uma possibilidade de conversar. Embora possa haver discussões, esta é uma forma de manter o processo fora do tribunal tanto quanto possível”.
Outra preocupação são os filhos. “Não use seus filhos como ferramenta ou arma para ameaçar o outro. Infelizmente, isso é muito comum”, diz Liz.
Em vez disso, seus filhos devem ser o foco nessa hora difícil, diz Arabella. “As crianças despertam o que há de melhor em nós e elas podem se tornar o foco da separação. Quando se tem filhos, não se pode simplesmente fugir da relação. Crianças precisam ter pais e mães, então, o casal, mesmo que separado, precisará manter algum nível de relacionamento.”
Sábias palavras. Tomara que Angelina e Brad leiam isso.
Claire Sparks