Avaliação Educacional - Avaliação da Aprendizagem numa perspectiva formativa e emancipadora
Aprendizado

Avaliação Educacional - Avaliação da Aprendizagem numa perspectiva formativa e emancipadora


Avaliação Educacional - Avaliação da Aprendizagem numa perspectiva formativa e emancipadora

Targélia de Souza Albuquerque

Primeira Parte

Fundamentos Teóricos e Metodológicos


A avaliação emancipatória tem dois objetivos básicos: iluminar o caminho da transformação e beneficiar as audiências no sentido de torna-las auto determinadas. - Ana Maria Saul

No espaço escolar, não deveria a atividade de avaliação ser construída, antes de tudo, como uma prática pedagógica a serviço da aprendizagem? - Charles Hadji

Para se tornar uma prática realmente nova, seria necessário, entretanto, que a avaliação formativa fosse a regra e se integrasse a um dispositivo de pedagogia diferenciada. - Philippe Perrenoud

O que podemos aprender com Saul (1988, 1992, 1999) sobre o paradigma da avaliação emancipatória e com Hadji (2001) e Perrenoud (1999) sobre  o significado da avaliação formativa na escola? Como esta autora e estes autores nos auxiliarão a pensar nossa prática avaliativa cotidiana e (re) criá-la numa perspectiva formativa e emancipadora?

Esse texto procura fornecer subsídios para esta empreitada educativa, colocando nas nossas mãos a responsabilidade de transformar a avaliação que existe em nossas cabeças, no dia a dia da escola, permeando nossas práticas, em práxis transformadora - em conhecimento-emancipação.

Vamos relembrar o que é um paradigma:
"O termo paradigma está sendo utilizado na mesma acepção a ele atribuído por T. S. Kuhn (1970), um conceito abrangente com significado semelhante à visão de mundo (...) Um paradigma prescreve áreas de problemas, métodos de pesquisa e padrões de solução e explicação aceitáveis pela comunidade acadêmica que o adota. " (Saul, 1998, p. 53)

Apesar de o paradigma da avaliação emancipatória ter uma vinculação mais direta com a avaliação do currículo e de politicas educacionais, vamos verificar que ele se torna fundamental para a construção de uma proposta de avaliação da aprendizagem, comprometida com um projeto de escola substancialmente democrática.

Num primeiro momento, dialogaremos sobre os pontos fundamentais do paradigma da avaliação emancipatória, enriquecendo a discussão com algumas proposições de Tijiboy (1996).

Em seguida, analisaremos dois relatos, uma parábola e um caso real. Esta reflexão nos impulsionará a estudar sobre a avaliação formativa, na visão dos autores citados e compreender como na prática escolar ela não pode ser desvinculada de uma avaliação emancipadora.

Avaliação emancipatória

Pode-se considerar como um marco na ruptura dos modelos tradicionais/autoritários e das experiências de avaliação de inovações educacionais (avaliação iluminativa e responsiva) o paradigma avaliação emancipatória, de autoria da professora Ana Maria Saul e publicada no Brasil em 1988. Esse paradigma é, na linguagem da própria autora, "um desafio à teoria e à ´prática de avaliação e reformulação de currículo."

Conceito

Para essa autora, "a avaliação emancipat´roira caracteriza-se como um processo de descrição, análise e crítica da realidade, visando transformá-la." A sua destinação é a "avaliação de programas educacionais ou sociais". A vertente em que está situada é a "político-pedagógica cujo interesse primordial é4 emancipador, ou seja, libertador, visando provocar a crítica, de modo a liberar o sujeito de condicionamentos de terministas." A avaliação emancipatória tem como compromisso principal "fazer com que as pessoas direta ou indiretamente envolvidas em uma ação educacional escreva a sua própria história e gerem as suas próprias alternativas de ação". (Saul, 1988, p.61)

Objetivos

"Iluminar o caminho da transformação e beneficiar as audiências no sentido de torná-las autodeterminadas." (Saul, 1988, p.61) 

  • O primeiro objetivo indica "o compromisso da avaliação com o futuro que se quer transformar".
  • O segundo objetivo parte do pressuposto que "esse processo pode permitir que o homem, através da consciência crítica, imprima uma direção às suas ações nos contextos em que se situa, de acordo com os valores que elege e com os quais se compromete no decurso de sua historicidade" (Saul, 1998, p. 61)

Fontes:

O paradigma da avaliação emancipatória Saul, 1998, 1999) apoia-se em três fontes, que são:
  • Avaliação democrática - fundamentada nas proposições de Barry MacDonald (1977)
  • Crítica institucional e criação coletiva - baseada na proposta de investigação criada e aplicada pela equipe do Indonep a partir de 1970 e publicada e coordenada por Michel Seguier, em 1976.
  • Pesquisa participante - na concepção de Fais Borda (1980) em especial quanto à utilização dos seis príncipios: autenticidade e compromisso, anti-dogmatismo, restituição sistemática, feedback aos intelectuais orgânicos, ritmo e equilibrio de ação-reflexão, ciência modesta e técnicas dialogais (...)

Palavras Chaves

  • Emancipação
  • Decisão Democrática
  • Transformação
  • Crítica educativa

É importante relembrarmos que a educação que é produzida pela escola não se concretiza num vazio cultural, nem fora de um determinado contexto político. Por isso, o diálogo é fundamental quando se precisa descrever o que está acontecendo, fazer a sua crítica e criar coletivamente propostas que possam ser assumidas com autonomia por todos os educadores e educadoras, educandos e educandas da escola. 
Alguns estudos de Tijiboy (1995) sobre a avaliação educacional/escolar vêm reafirmar a relevância do diálogo no desenvolvimento de uma avaliação numa perspectiva emancipadora.

Avaliação como diálogo: reflexão, ação, transformação


A avaliação é comprendida como síntese de múltiplas determinações sociais e culturais, numa perspectiva de totalidade. O diálogo é tanto o objetivo como o método desta perspectiva de avaliação; a reflexão sobre a própria vida, nossos projetos e ações; o diálogo que estabelecemos com o passado e com o futuro, analisando criticamente o presente, gerando novas ações - tudo converge para esta unidade na diversidade: a reflexão, ação, transformação.

Precisamos conhecer uns aos outros

As pessoas que fazem parte de um processo de comunicação devem conhecer os outros envolvidos para captar e refletir os significados sociais que estão implícitos no contexto de trabalho. Esta ação comunicativa possibilita a identificação dos elementos estruturadores da situação, permitindo miminizar ou eliminar os elementos alienantes do contexto.

Como realizar isto na prática?

Começando pela criação de grupos de reflexão

  • Construindo um espaço de discussão - a construção do espaço de discussão é primordial, pois, através dele, efetiva-se a comunicação não alienada e não alienante, base da relação dialógica e do fortalecimento das interações contrutivistas. A comprensão da pesquisa, como movimento dialético de reflexão-ação-reflexão ampliada, possibilita um novo tratamento da informação e um nova convivência entre os sujeitos.
  • Criando grupos de reflexão e pesquisa - a criação de grupos de reflexão e pesquisa no interior da escola, o exercício reflexivo de observação do cotidiano escolar e das práticas pedagógicas de sala de aula contribuem para a construção de um saber crítico, desvelando a escala como organização social educativa.
  • Produzindo o saber emancipatório - o saber emancipatório fortalece o poder individual e coletivo;/ o saber comunicativo desenvolve a linguagem e o entendimento crítico entre as pessoas, e o saber instrumental possibilita a explicação causual do trabalho ou do serviço prestado (Tijiboy, 1995, p.65)
http://amoestudareaprender.blogspot.com.br/



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