O autismo é um distúrbio neurológico que pode prejudicar a capacidade do indivíduo de se envolver em diversas interações sociais. A ciência ainda não compreende totalmente a condição, o que a torna um desafio ainda maior.
No entanto, nem tudo sobre essa doença são más notícias. Exemplo disso é Iris Grace, uma garotinha de 5 anos de idade do Reino Unido cujo autismo lhe rendeu um dom inesperado – seu foco excepcional e atenção aos detalhes a ajudam a criar pinturas incrivelmente belas que muitos de seus fãs (e compradores) têm comparado a obras de Monet.
Mesmo sem ter aprendido a falar até os 5 anos, os pais de Iris Grace descobriram seu incrível talento para as artes e procuraram incentivá-la a desenvolver cada vez mais essas habilidades.
Para muitas pessoas diagnosticadas com autismo, a comunicação através da fala e da interação social pode ser um desafio. Como uma forma de se expressar, Iris Grace, de 5 anos de idade, começou a pintar no ano passado, e já recebeu elogios em todo o mundo por suas incrivelmente belas obras de arte.
A menina artista, que vive no Reino Unido com seus pais e seu gato Thula, cria obras que têm sido comparadas a pinturas impressionistas de Monet, por colecionadores de todo o mundo.
Aos dois anos foi-lhe diagnosticado autismo e a pintura surgiu como terapia. Iris está lentamente aprendendo a falar, enquanto a maioria das crianças já fala pelo menos algumas palavras com 2 anos de idade. Junto com a terapia da fala, seus pais gradualmente a introduziram à pintura, momento no qual descobriram seu talento incrível.
Segundo a mãe de Iris, sua filha tem uma capacidade de concentração incrível de cerca de duas horas, sempre que ela pinta. Seu autismo criou um estilo de pintura nunca visto em uma criança de sua idade, ela tem compreensão de cores e como elas interagem umas com as outras.
Não só a pintura eleva o humor de Iris, como também ajuda ela se envolver com o mundo ao seu redor. A conscientização sobre o autismo é uma questão importante a qual as obras auxiliam disseminar informações.
Descoberto o talento de Iris, os pais decidiram partilhar a arte dela com o mundo, “como forma de chamar a atenção para a sua condição de autista e para inspirar outras famílias na mesma situação, porque o autismo afeta, atualmente, cerca de 100 mil crianças no Reino Unido e os números estão crescendo”, acrescentam os pais.
O mundo gostou do que viu e começou a comprar as pinturas da criança, à venda no site. O último leilão de 2014 terminou com a maior oferta feita pelo quadro que está à venda superior as 12 mil libras (mais de 15 mil euros, à taxa de câmbio atual).
A página de Facebook que os pais lhe criaram tem mais de 114 mil ‘curtidas’ e é frequente associarem o estilo de Iris ao impressionismo de Monet e Renoir.
No jornal britânico The Independent, conta-se que Iris se inspira na música, no seu gato, Thula, e na natureza que rodeia o local onde mora, em Leicestershire, no Reino Unido.
“Eu vou até ao armário, tiro as tintas e ela indica-me que cores é que quer que eu prepare. Se a cor não estiver lá (por exemplo, lilás) ela procura um item dessa cor para me mostrar o que quer que eu misture. Ela também já começou a fazer as suas próprias cores, mergulhando os pincéis de caneca em caneca e vendo a cor a mudar para depois a usar no papel”.
Depois, Arabella Carter-Johnson junta água e a filha testa as cores. Se não estiverem com a consistência que pretende, a menina leva-os de volta para a banca. Quando Iris Grace tem o material todo reunido, começa a criar, usando apenas sua imaginação. “Ela tem um entendimento das cores e de como elas interagem entre si”, explica a mãe, que é fotógrafa.
Quando a criança termina a sessão, pousa na caneca todos os objetos que usa para pintar e afasta-se da mesa, espera que a pintura seque e regressa mais tarde para completar, caso seja necessário. É ela que decide tudo. É assim que, no seu mundo, Iris Grace se expressa com o exterior. Com sucesso.
Iris costumava mergulhar em livros, aproveitando, talvez, para evitar o contato visual com as pessoas. Não sabia (não queria?) brincar com outras pessoas, mostrava comportamentos obsessivos e se desesperava quando tentavam leva-la para perto de outras crianças.