A influência dos movimentos sociais na educação
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A influência dos movimentos sociais na educação


Educação

A influência dos movimentos sociais na educação

Por FRANCIELE • 4,603 Acessos

1.INTRODUÇÃO
Ao se falar em movimentos sociais, sabe-se que há uma luta pela construção de uma sociedade mais justa, igualitária, sabendo que todo ser humano tem direito á terra e ao trabalho na terra. No entanto eles lutam juntos pela construção de uma nova sociedade que quebrem as barreiras da ignorância, que obrigam o governo a se posicionar diante de suas reivindicações.

A educação é a chave para esta sociedade mais justa e igualitária, quando nos remetemos ao termo "educação", lembramos que existem várias formas de educar seja ela direta ou indiretamente, ela aparece sempre que há relações entre pessoas e intenções de ensinar-e-aprender.A seguir trazemos à discussão, a  influência dos Movimentos Sociais na busca dos interesses comuns, na luta por uma educação pública de qualidade, buscando compreender melhor a complexa relação entre Movimentos Sociais e Educação.Para tal recorremos a alguns autores que contribuem com a nossa temática, como: Gonh, Freire e Miguel Arroyo, suas colocações são enriquecedoras à medida que nos transporta a alguns momentos na história, trazendo à nossa realidade pontos importantes a serem debatidos e analisados.

2. Movimentos Sociais: História e Lutas
Ao analisarmos a história dos movimentos sociais no Brasil é possível percebermos um forte enfoque teórico vindo do marxismo, ora estão vinculados ao espaço urbano, ora ao espaço rural. Apesar de a cidade ser o lugar onde os conflitos de interesses ocorram com maior intensidade, tais movimentos, quando se referiam ao espaço urbano possuíam várias temáticas como, por exemplo, questões como a participação, a gestão democrática, a saúde, a educação, a moradia, a melhoria da qualidade de vida, a geração de emprego e renda, e o desenvolvimento econômico e social as lutas por creches, por escola pública, transporte, saneamento básico entre outros. Na esfera rural, a diversidade de temáticas expressou-se nos movimentos de bóias-frias, das regiões cafeeiras, citricultoras, canavieiras, de posseiros, sem-terra, arrendatários e pequenos proprietários.

Cada um dos movimentos possuía uma reivindicação específica, com um único objetivo, demonstrar as contradições econômicas e sociais presentes na sociedade brasileira.

No final do século XIX, e início do século XX, era muito mais comum a existência de movimentos voltados ao meio rural, assim como movimentos que lutavam pela conquista do poder político. Em meados de 1950, os movimentos nos espaços rural e urbano adquiriram popularidade através da realização de manifestações em espaços públicos como rodovias, praças... Mesmo diante da forte repressão policial, que ocorreu nos anos 1960 e 1970, os movimentos não se calaram, reivindicavam educação, moradia, e lutavam pelo voto direto. Em 1980 destacaram-se as manifestações sociais conhecidas como "Diretas Já".

Em 1990, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e as ONGs tiveram destaque, ao lado de outros sujeitos coletivos, tais como os movimentos sindicais de professores.

Simultaneamente à essas ações coletivas que tocavam nos problemas existentes em todo o mundo como a violência, por exemplo, existiam também ações coletivas que denunciavam a concentração de terra, ao mesmo tempo em que apontavam propostas para a geração de empregos no campo, a exemplo do (MST); ações coletivas que denunciavam o arrocho salarial (greve de professores e de operários de indústrias automobilísticas); ações coletivas que denunciavam a depredação ambiental e a poluição dos rios e oceanos (lixo doméstico, acidentes com navios petroleiros, lixo industrial); ações coletivas que tinham o espaço urbano como  meio para realização de suas manifestações/ reivindicações.

As passeatas, manifestações em praça pública, difusão de mensagens via internet, ocupação de prédios públicos, greves, marchas entre outros, são características da ação de um movimento social. A ação em praça pública é o que dá visibilidade ao movimento social, principalmente quando este é focalizado pela mídia em geral. Os movimentos sociais são sinais de maturidade social que podem provocar impactos conjunturais e estruturais, em maior ou menor grau, dependendo de sua organização e das relações de forças estabelecidas com o Estado e com os demais atores coletivos de uma sociedade.

Pesquisas apontam que nas décadas de 1970 a 1980 vários trabalhos como: dissertações e teses mostraram a influência dos movimentos sociais na formação da consciência popular do direito à educação básica, à escola pública. Pesquisas têm mostrado como a ampliação e democratização da educação básica e a inserção dos setores populares na escola pública teve como um dos mais decisivos determinantes a pressão dos movimentos sociais. Esta é uma relação bastante pesquisada e reconhecida.


3. A educação e os Movimentos Sociais

As Escolas necessitam passar por profundas transformações em suas práticas e culturas para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo. Daí a importância de se lutar por uma educação de qualidade: pais, alunos, professores, toda comunidade envolvida devem ter como objetivo essa luta na difícil e complexa tarefa de aperfeiçoamento de todo o trabalho escolar. Inserir o educando no contexto sócio-cultural é essencial para constituí-lo enquanto sujeito de identidade.

Em dias atuais é necessário transformar a Escola burocrática existente, uma escola com autonomia, uma Escola cidadã. Quando se fala em autonomia, ainda há uma resistência onde limita o verdadeiro sentido ideal da escola, projetada para a liberdade e autonomia, essa centralização ainda imposta, dificulta o andamento, a organização de trabalho pedagógico, sendo apenas utópico ou demagogia.

Para se ter cidadãos atuantes em sociedade, com uma preparação melhor para a vida, é necessário que as escolas promovam a autonomia. Diante disso, nos transportamos á definição de Gadotti para melhor compreendermos o significado da palavra autonomia:

"A palavra autonomia vem do grego e significa capacidade autodeterminar-se de auto-realizar-se, de "autos" (si mesmo) e "nomos" (lei), A autonomia significa autoconstrução, autogoverno. A escola autônoma seria aquela que se auto governa" (p.10)


Este é o papel da escola, formar pessoas que sejam sujeitos do aprender a aprender em níveis crescentes. Infelizmente, isso nem sempre acontece na realidade das escolas. Partindo desse pressuposto, percebe-se a urgência em mudar paradigmas para construir uma escola pública universal, que respeite as diferenças, a cultura enfim a diversidade e é claro que garanta um padrão de qualidade.

O princípio de uma educação de qualidade baseia-se na participação onde constitui um conjunto de medidas políticas visando à democratização. A autonomia dos movimentos sociais e de suas organizações em relação a administração pública .Visto que deve haver parceria, igualdade de condições, elo entre a Escola e a sociedade civil.Há a necessidade de participação ativa por parte da população no que se refere aos direitos, e esse primeiro passo, deve ser  iniciado na Escola.

Ao fazer uma relação entre Escola e movimento sociais, nota-se o poder que ambos possuem o caráter educativo, a questão da cidadania, o contexto histórico envolvendo as lutas, os processos de alfabetização (movimentos populares), a luta dos professores (sindicatos), etc. Essa relação é complexa a partir da centralização de poder ainda instituída pelo sistema imposto, não possibilitando os direitos dos cidadãos á participação dentro e fora da Escola pública.

Participação esta que o meio prático de formação para a cidadania. Nesse sentido, é fundamental perceber que sem ela é impossível que os membros da comunidade tenha condições de implementar formas não autoritária de exercício de poder de intervir nas decisões da organizações e definir coletivamente o resumo e os resultados dos trabalhos.Participar significa engajar-se numa atividade já existente  com sua  estrutura e finalidade.

Os movimentos sociais não são isolados, se articulam lutam pela melhoria na Educação, por melhores condições de trabalho como os sindicatos. Essa melhoria terá reflexo na aprendizagem dos alunos, se não houver movimentos sociais a sociedade não despertará para a melhoria, bem comum não será jamais respeitado. Na concepção de Gonh (1997):

Movimentos sociais são ações sociopolíticas construídas por atores sociais coletivos pertencentes a diferentes camadas sociais, articuladas em certos cenários de conjuntura socioeconômica e política de um país, criando um campo político de força social na sociedade civil. (...) (Gonh, 1997, p. 251).


Infelizmente há uma complexa relação entre Educação e movimento sociais, pois o que se ver é que não há uma integração entre movimentos sociais e o contexto educacional; Ao aproximar mais de forma motivadora e intencional tornando-se a educação efetivamente popular, o que na perspectiva freiriana, esta educação popular deve privilegiar o diálogo como princípio pedagógico, a liberdade e a autonomia como a formação humana, como salienta:

"A educação libertadora, problematizadora,já não pode ser o ato de depositar e de narrar    ou de transmitir "conhecimentos" e valores aos educandos, meros pacientes a maneira da   educação bancaria, mas um ato cognoscente"                                                                        {...} educação problematizadora consiste de caráter autenticamente reflexivo, implica num constante ato de desvelamento da realidade." (FREIRE, 1985, P.78).

Isso contribui para a formação humana emancipadora, como sujeito transformador de seu tempo. Essa relação social no processo de educação e formação, o diálogo é imprescindível à medida que proporciona uma aprendizagem ativa e presente na prática dos movimentos sociais.

Em todo âmbito educacional a hierarquia ainda continua a mesma. O diretor administra todos os recursos, cumpre o que é ordenado pela Secretaria Municipal Educação, o coordenador pedagógico não tem autonomia para efetivar a participação de todos os envolvidos no processo educativo e o professor sente-se isolado em suas ações, há ainda uma relação de poder no interior das unidades escolares. Isso acarreta em resultados não satisfatórios refletido na aprendizagem dos alunos. É necessário que haja uma reorganização na estrutura curricular instituindo uma escola cidadã. Se a escola é uma instituição social, ela deve abranger todo âmbito social e claro isso iniciará em seu interior.

A metodologia educacional respeita e valoriza o educando como cidadão, visando instituí-lo como sujeito coletivo e autônomo, não deixando de lado seus saberes, sua cultura é no processo educacional que está seu contato com o meio. Os projetos educacionais elaborados pelos professores não deve ficar apenas na. Escola deve atender a comunidade em torno. Essa relação aproxima a escola/comunidade quebrando o sistema existente.

Ao fazer uma relação entre a importância da ação coletiva, nota-se a complexidade dos movimentos sociais com a Educação, conforme Paludo (2008): Existe, atualmente, mais especificamente a partir dos anos 80, a emergência de novos conceitos ou a ressignificação dos antigos conceitos relacionados ao campo de discussão sobre movimentos sociais: Sociedade civil, cidadania, esfera pública, parceria, democracia participativa.

É notório que há uma objetividade e uma relação aproximada dos movimentos sociais, á medida que ambos têm uma função primordial resignificando o que ainda está explícito: O burocratismo e o pouco compromisso com a educação. Tanto os movimentos sociais quanto a educação tem um papel trivial na mudança de atitude das pessoas.

Sabe-se também que é importante superar algumas práticas educativas que infelizmente, legitimam a opressão, e isso ainda está empregado no interior das escolas, seja ela no campo ou na cidade. Para democratizar o ensino é necessário, descentralizar o poder instituído se faz urgente, pois as crianças do campo ou oriundas dele sofrem a descriminação/pré-conceito de serem rotuladas de "roceiros", "brejeiras" e isso é um desestimulo para continuarem estudando.

http://www.artigonal.com/educacao-artigos/a-influencia-dos-movimentos-sociais-na-educacao-4397560.html




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