Um compilado sobre quem saiu ganhando e perdendo na semana dos dias 13 a 18 de março –
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Vencedor: os manifestantes que dominaram a Paulista
A mais conhecida avenida de São Paulo foi uma das principais protagonistas desta semana. Começou logo no domingo, com a maior manifestação política da história do Brasil. Milhões de pessoas tomaram o asfalto da Avenida Paulista para protestar contra o governo petista. Concorde ou não com os motivos que levaram os manifestantes às ruas, é inegável a importância e o tamanho da atitude de quem lá esteve. Mas a medalha "superlativista" não foi suficiente.
Após a nomeação de Lula para a pasta da Casa Civil, os manifestantes voltaram a ocupar a Paulista – desta vez, durante a semana. Mais: acamparam na avenida por mais de 40 horas, sem serem incomodados pela Polícia Militar, que não costuma ser muito simpática com protestos populares. Mas espere! Ainda não acabou! A Fiesp agraciou os manifestantes contrários ao governo com filé mignon. A mortadela dessa turma parece mais gostosa...
Vencedor: o jornalismo imparcial
Em uma semana em que William Bonner e Renata Vasconcellos pediram uma licencinha para suas habilidades jornalísticas e encenaram – com performances dignas de Oscar – os diálogos de Lula flagrados no grampo, dois veículos de comunicação chamaram atenção por sua isenção e imparcialidade. Tanto o Nexoquanto o Aos Fatos não permitiram-se mergulhar no tão falado (quanto chato e irresponsável) Fla x Flu dominante.
Vencedores: os "deboístas"
Conseguiu atravessar a semana sem nenhum estresse provocado pela ebulição social, política e econômica do país? Chegou na sexta-feira sem ter brigado com nenhum colega? Continua nos grupos de família do Whatsapp? Sua lista de amigos no Facebook permanece intacta? Parabéns, cara. Você faz parte de um seleto grupo: os tais "deboístas", que conseguem conviver em paz com as pessoas mesmo com opiniões diferentes da sua. Você é um vencedor, amigo!
Vencedora: a maluquice democrática americana
Não precisa voltar muito no tempo para chegar ao ponto da história em que apostar em Donald Trump como presidente dos Estados Unidos não passava de uma sandice. O sistema eleitoral americano, no entanto, parece ser capaz de realizar tamanha loucura.
O milionário financiou sua própria campanha e apostou em um discurso de ódio que deveria tornar rubra sua face laranja, mas, ao contrário do que o bom senso apontaria, serviu para angariar eleitores para o mesmo. Trump venceu a maioria das prévias do Partido Republicano. Nesta semana, derrotou Marco Rubio na Flórida, fazendo o concorrente desistir da corrida eleitoral.
No outro lado da moeda, Hillary Clinton parece ter conseguido frear a avalanche de Bernie Sanders. A senadora venceu 4 das 5 prévias e deve ter sua candidatura pelo Partido Democrático oficializada em breve.
Perdedores: as instituições partidárias
Foi uma semana complicada para os partidos nacionais. Na manifestação de domingo, os partidos de oposição ao governo tentaram cooptar o movimento espontâneo que regia os protestos. O tiro saiu pela culatra. Aécio Neves e Geraldo Alckmin, líderes do PSDB e dois pré-candidatos à presidência em 2018, foram vaiados e precisaram sair da manifestação. O mesmo ocorreu com Marta Suplicy, agora no PMDB.
Nas manifestações desta semana, foi a vez do Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, ser expulso. O psdbista estava defendendo o direito dos manifestantes, mas isso não bastou para protegê-lo. Sob gritos de "mata pobre" e "mata criança", Moraes teve de ser escoltado pela Polícia Militar para fora da avenida Paulista.
Com o PT, a semana foi igualmente intranquila e desfavorável. O partido da situação viu seus principais líderes expostos em conversas grampeadas. A nomeação de Lula para o Ministério da Casa Civil também pegou mal: muita gente interpretou a manobra como um atestado de culpa do ex-presidente.
Perdedora: a "República de Curitiba"
O juiz Sérgio Moro ainda goza de muito prestígio com muitos brasileiros. O curitibano é exaltado nas ruas e nas manifestações como paladino da ética e da justiça. No entanto, na semana mais quente desde que a Operação Lava Jato começou, Moro finalmente vê suas ações serem questionadas. O juiz assumiu um protagonismo perigoso ao vazar – sem muito embasamento legal, de acordo com especialistas – conversas captadas pela Polícia Federal.
A suposta arbitrariedade pode, inclusive, prejudicar a Lava Jato. Confira artigo da Folha de S. Paulo sobre o assunto.
Perdedor: o bom senso
Não se trata do movimento dos jogadores de futebol. Tampouco há figura de linguagem sendo usada aqui. A semana ficou marcada por insanidades periclitantes para o bem-estar social. Durante as manifestações da semana, pós nomeação de Lula para o Ministério da Casa Civil, diversas pessoas foram agredidas. Não que exista justificativa para violência, mas os motivos das agressões foram completamente construídos em cima de uma raiva preocupante.
Um ciclista apanhou porque sua bicicleta era vermelha. O mesmo aconteceu com um casal que passava pela Avenida Paulista trajando camisetas rubras. O caso mais grave, no entanto, foi o de um estudante de 17 anos que foi agredido na frente de policiais militares, que nada fizeram.
Muita calma nessa hora...
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